Pessoas com necessidade de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos ou que estejam em situação pós-cirúrgica já contam com atendimento domiciliar humanizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes estão recebendo cuidados em domicílio, cujo tratamento vem sendo garantido por 229 Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar e de Apoio espalhadas em 20 estados. O programa Melhor em Casa completa – neste mês de novembro – um ano alcançando 16,2 milhões de brasileiros.
No primeiro ano de funcionamento do programa, foi constatado que as equipes atendem principalmente casos de Acidente Vascular Cerebral (20%), seguido de casos de hipertensão (9,3%) e de pacientes com a doença de Alzheimer (5,4%). Outros atendimentos frequentes incluem pacientes com diabetes mellitus, com a doença de Parkinson, doenças pulmonares e fraturas de fêmur. A maior parte desses pacientes são mulheres (58%).
“O Melhor em Casa está proporcionando aos pacientes o atendimento de qualidade e em local que podem ser cuidados, ou seja, em casa, junto com a família. Assim todos se envolvem e contribuem para a recuperação da saúde do paciente”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Dados preliminares apontam que atualmente, 67,4% das pessoas atendidas pelo programa são idosos (acima dos 60 anos), sendo que dentro desse recorte 30% são pacientes com mais de 80 anos. As crianças menores de um ano também representam 10% dos atendimentos domiciliares.
Os pacientes que são atendidos pelas equipes do Melhor em Casa são encaminhados principalmente pelas Equipes de Saúde da Família (53,7%) ou estavam internados em hospital (28,9%). Esse dado mostra que o programa está articulado com a Atenção Básica, ajuda a reduzir as internações desnecessárias e as filas dos serviços de urgência e emergência.
“O programa Melhor em Casa tem ajudado pacientes a se tratar e se recuperar no conforto dos seus lares, junto às suas famílias. Por outro lado, reduz as internações hospitalares e reduzindo o tempo de permanência dos usuários internados”, confirma o coordenador do programa Melhor em Casa, Aristides Oliveira.
A aposentada Neusa da Silva Martins, moradora de Santos (SP) é um dos exemplos de atendimento integral que tem sido realizado pelas equipes do programa Melhor em Casa. A paciente tem 76 anos, possui a doença de Alzheimer e está utilizando uma sonda para se alimentar. Sua filha, Gisele Martins Nóbrega, explica que a mãe recebe atendimento há cerca de um ano, pois passou por complicações, mas hoje apresenta um quadro estável. “Eu me surpreendi. Não sabia que o SUS tinha esse tipo de atendimento, que por sinal é excelente”, afirma Gisele.
O investimento no programa tem sido crescente. Mais de R$ 33,4 milhões já foram destinados aos estados e municípios que possuem equipes de Atenção Domiciliar implantadas. O Ministério da Saúde custeia as equipes principais com o valor de R$ 34,56 mil mensais e R$ 6 mil/mês por equipe de apoio. Para que o município tenha o Melhor em Casa é necessário que o gestor local faça a adesão ao programa.
AVANÇO – O Melhor em Casa, lançado em novembro de 2011 foi inspirado em programas locais que tinham experiências bem sucedidas no âmbito do atendimento domiciliar. É o caso do município de Santos, em São Paulo, que desde 1992 oferta esse tipo de atendimento. No ano passado, o município foi inserido no programa do governo federal. “Demos um salto de qualidade com as diretrizes, a verba e o apoio técnico da equipe do programa Melhor em Casa”, ressalta a coordenadora de Atendimento Domiciliar de Santos, Lucimar Lucas de Lima.
Outros municípios passaram a oferecer serviços de atenção domiciliar com o programa Melhor em Casa. É o caso de Maceió (AL) que aproveitou o programa do governo federal e adaptou o projeto que o município estava elaborando de assistência domiciliar à realidade e às necessidades locais. “Melhorou muito a assistência aos pacientes”, enfatiza a coordenadora de Atendimento Domiciliar de Maceió, Márcia Amaral. Ela afirma que o programa já ajudou diversos pacientes a se recuperar.
Esse é o caso de José Alves que tem 62 anos e está sendo atendido por uma equipe do Melhor em Casa de Maceió há três meses. O paciente tem dificuldade de locomoção e precisa que o curativo de uma ferida da perna seja trocado com frequência. “Toda semana a enfermeira vem aqui e troca meu curativo. O atendimento é ótimo”, destaca o paciente. Além disso, José Alves foi orientado pela equipe sobre os cuidados que deve ter em relação ao curativo.
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR –As equipes multidisciplinares atendem de segunda a sexta-feira, 12 horas por dia, sendo que nos fins de semana e feriado podem funcionar em regime de plantão. Cada equipe pode atender, em média, 60 pacientes, simultaneamente. Cada paciente deve receber, no mínimo, uma visita semanal. As equipes são formadas por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeuta ou assistente social. Outros profissionais como fonoaudiólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, odontólogo, psicólogo e farmacêutico, além de fisioterapeuta e assistente social poderão compor as equipes de apoio.
Fonte: www.saude.gov.br