BRASIL VAI PRODUZIR QUATRO NOVOS MEDICAMENTOS

                          Quatro novos medicamentos serão fabricados no país a partir de parcerias entre empresas públicas e privadas articuladas pelo Ministério da Saúde. Os acordos que viabilizam a produção nacional de tratamentos de doença de Parkinson, aids, artrite reumatóide e doença de Croh foram assinados nesta terça-feira, 5 de abril, em reunião com representantes do governo federal e da indústria farmacêutica realizada no auditório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAs), em Brasília.

As novas Parcerias Público-Privadas (PPPs) fortalecerão o complexo industrial brasileiro e resultarão em uma economia de R$ 700 milhões no decorrer de cinco anos – período em que o país deverá se tornar autossuficiente na produção destes medicamentos. “Essas parcerias representam perspectiva de ampliar o acesso da população a medicamentos e, ao mesmo tempo, o nosso compromisso de enfrentar cada passo para o desenvolvimento tecnológico do Brasil”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. As medidas também prevêem redução do déficit anual de mais de US$ 10 bilhões na balança comercial do setor de saúde.

“Estas parcerias fortalecem a indústria nacional e contribuem para tornar o país independente do mercado internacional de medicamentos e insumos”, explica o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. “Com a economia que vamos obter, ampliaremos e melhoraremos o acesso da população a medicamentos e outros produtos para a saúde”, completa.

As quatro novas parcerias envolvem o laboratório público Farmanguinhos e o privado Bristol Myers/Nortec para a produção do antirretroviral Atazanavir (aids); o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe) e o Merck Sharp & Dohme (MSD) / Nortec para produção do antirretroviral Raltegravir (aids) e a Fundação para o Remédio Popular (Furp) e o Boehringer/Nortec para a produção do Pramipexol (mal de Alzheimer). Além disso, o Instituto Vital Brazil (IVB) e a PharmaPraxis vão se unir em um projeto de pesquisa para a fabricação do medicamento Adalimumabe (artrite reumatóide e doença de Crohn).

As parcerias compõem uma série de iniciativas do Complexo Industrial da Saúde, uma frente de trabalho do governo federal, com a participação da sociedade civil, para o fortalecimento da indústria nacional. As ações são articuladas por um grupo executivo coordenado pelo Ministério da Saúde.

AVANÇOS – Com as novas PPPs, já são 24 as parcerias público-privadas na área da saúde (ver Tabela 2 ao fim do texto). Elas permitem a produção nacional de um total de 29 produtos estratégicos (28 princípios ativos e o contraceptivo DIU), por meio de transferência de tecnologia. Estas 24 parcerias envolvem nove laboratórios públicos e 20 privados.
Atualmente, o governo federal gasta R$ 1,5 bilhão com a importação dos 29 medicamentos, sendo R$ 300 milhões só com os quatro incluídos nas PPPs formalizadas nesta terça-feira (5).

TABELA 1: As quatro novas parcerias para o desenvolvimento do complexo industrial brasileiro

Instituições
Produto
Doença
FARMANGINHOS – Bristol Myers/Nortec
Atazanavir
Antirretroviral – aids
FURP – Boehringer/Nortec
Pramipexol
Doença de Parkinson
LAFEPE – Merck Sharp & Dohme/Nortec
Raltegravir
Antirretroviral – aids
IVB – PharmaPraxis
Adalimumabe            
Artrite rematóide e doença de Crohn

Fonte:  Agência Saúde – Ascom/MS

AUMENTA CONTROLE SOBRE PROFISSIONAIS QUE ATENDEM À SAÚDE

Aumenta controle sobre profissionais que atendem à Saúde

Ministério da Saúde publicou nesta terça-feira (5) novas regras para dificultar irregularidades nas informações prestadas por profissionais, gestores e unidades de saúde ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). O sistema é um registro de trabalhadores e serviços do setor em atividade no país. Uma das alterações é proibir o cadastramento de profissionais de saúde que exerçam mais de dois cargos ou empregos públicos. Na iniciativa privada, deve ser comprovada a compatibilidade de horários.

As medidas vão reforçar as orientações técnicas para o registro e operacionalização de informações contidas no sistema. As novas regras para os profissionais de saúde obedecem o inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal de 1998. Hoje existem 284.996 médicos cadastrados nos 227.095 estabelecimentos de saúde.

Desde o início do ano, o Ministério da Saúde, por exemplo, já descadastrou 7.891 agentes comunitários de saúde, 1.137 equipes de Saúde da Família e 914 equipes de saúde bucal, em 1.294 municípios. Entre as principais irregularidades, estão a duplicidade de cadastro de profissionais e o descumprimento de carga horária semanal prevista.

“Este é um passo dentro do processo de amadurecimento do sistema de saúde. Medidas como esta fortalecem o controle social”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Para ele, um dos grandes desafios é aprimorar continuamente os mecanismos de transparência e fiscalização.

No caso de um profissional exercer suas atividades como liberal ou trabalhador autônomo em mais de cinco (05) estabelecimentos de saúde não públicos, terá de justificar esse acúmulo. Pela portaria, a justificativa deverá ser feita pelo gerente do estabelecimento, validada pelo gestor municipal, estadual ou do Distrito Federal. Haverá um campo específico no sistema para o preenchimento dessa justificativa.

O novo cadastro também permitirá o bloqueio do credenciamento quando identificar possíveis irregularidades com um mesmo CPF de um profissional de saúde. Haverá ainda um maior controle do fracionamento da carga horária semanal.

Responsabilidades – A portaria também reitera a responsabilidade do gestor local (estadual, municipal e do Distrito Federal) e dos gerentes dos estabelecimentos de saúde em inserir, manter e atualizar sistematicamente o cadastro dos profissionais de saúde em exercício nos respectivos serviços públicos e privados. Antes, a responsabilidade era apenas dos gestores locais. A atualização é mensal.

Um maior controle foi estabelecido sobre a carga horário dos servidores do Programa Saúde da Família. Em caso de irregularidades – acúmulo de mais de três empregos em estabelecimentos (públicos ou privados) – os repasses poderão ser suspensos até a devida justificativa.

Outra novidade do cadastro prevista na portaria é o confronto de informações com a base de dados do Conselho Federal de Medicina (CFM). Será avaliada a compatibilidade entre o nome do profissional médico e o número de seu registro no Conselho. O novo sistema entrará em vigor no próximo mês.

Fonte – Ascom/MS

MEDICAMENTOS CONTRA REJEIÇÃO DE TRANSPLANTES DE RINS

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Saúde) assinou um acordo com a multinacional Roche que permitirá ao Brasil produzir o medicamento Micofenolato de Mofetila, indicado contra a rejeição de órgãos transplantados, principalmente rins. Ainda em 2011, a Fundação fornecerá 9 milhões de comprimidos ao Sistema Único de Saúde (SUS). A parceria com a Roche também prevê intercâmbio científico para o desenvolvimento de novos tratamentos e transferência de tecnologia para a produção de medicamentos contra câncer, doenças neurológicas e virais.

O acordo levará a uma redução do preço praticado com o Ministério da Saúde (MS) durante o período de transferência de tecnologia (o valor passará de R$ 1,87 para R$ 1,67) e também propiciará o domínio de todas as fases do processo, incluindo a produção do insumo farmacêutico ativo (IFA). Com a incorporação do todo o processo de produção do medicamento, a estimativa é que o gasto anual do governo diminua nos próximos anos. A partir de 2012, a produção da Fiocruz atingirá 20 milhões de unidades por ano.

O presidente mundial da Roche, Severin Schwan, e o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, participaram da assinatura, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Para o presidente da Fiocruz, o acordo com a multinacional permitirá aumentar a sustentabilidade do SUS e é mais um avanço no fortalecimento da política nacional de pesquisa e desenvolvimento (P&D), além de abrir oportunidade para outras parcerias.

“Essa capacidade de diálogo e intercâmbio tecnológico e científico é fundamental para o país, trazendo benefícios para a população”. Gadelha lembrou que o projeto contribui para reduzir o déficit comercial brasileiro na área da saúde, e que a Fundação e o Brasil ganham ao firmar parcerias que tenham como contrapartida o investimento em ciência e tecnologia. “Estamos garantindo o acesso a medicamentos”, complementou.

Segundo o diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), Hayne Felipe, o acordo possibilita à instituição incorporar novas tecnologias e aumenta sua autonomia.

O presidente mundial da Roche, Severin Schawn, afirmou que espera desenvolver uma cooperação de longo prazo com a Fundação e o país. “É uma oportunidade para inovar e crescermos juntos. Por isso não penso em termos de meses ou em projetos de curto prazo. O Brasil é cada vez mais importante no mundo, e a Roche, que está aqui há 80 anos, quer ficar pelo menos mais 80”.

O número de transplantes realizados no país apresenta crescimento sustentado nos últimos anos. Enquanto em 2003 foram realizados 12.722 procedimentos, em 2009 o Brasil contabilizou 20.253 cirurgias desse tipo – um aumento de 59,2%. Só no primeiro semestre de 2010, o número de transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão) chegou a 2.367. A quantidade é 16,4% maior que o número de procedimentos realizados no mesmo período de 2009 (2.033 transplantes).

A Roche é uma empresa suíça e ocupa a sétima posição no ranking das maiores empresas farmacêuticas em âmbito mundial, com um faturamento de 49,1 bilhões de francos suíços (US$ 50,7 bilhões) e investimento em pesquisa e desenvolvimento de 9,9 bilhões de francos suíços (US$ 10,3 bilhões), em 2009. A multinacional atua nas áreas de medicamentos e diagnósticos, com foco em oncologia, infecções virais, disfunções dos sistemas metabólico e nervoso central e doenças inflamatórias. Em 2009, com a aquisição da Genentech, empresa líder em biotecnologia, por US$ 46,8 bilhões, a Roche assumiu também a liderança no setor de oncologia.

Fonte:  Agência Saúde – Ascom/Fiocruz

ESTADO REAFIRMA COMPROMISSO COM A SAÚDE EM APOIO À SANTA CASA

                      A Junta Interventora da Santa Casa de Campo Grande definiu em reunião nesta quinta-feira (31) algumas ações imediatas e providências de médio prazo para melhorar o atendimento no hospital. Com apoio da bancada federal, governo e prefeitura também deverão tentar junto ao governo federal a viabilização de mais recursos financeiros.

 A secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, e o prefeito da Capital, Nelson Trad Filho, participaram da reunião, que acontece semanalmente, e anunciaram para a próxima semana a abertura de novos leitos de UTI, além de providências para agilizar procedimentos de reforma física que já estão com o processo em andamento.

 Na próxima semana, já deverão ser abertos mais oito leitos, sendo dois no setor de tratamento intensivo. “Isso já desafoga os [leitos] que estão sendo ocupados no Centro Cirúrgico”, explicou o prefeito, informando também que, através do governador André Puccinelli e da bancada federal, está sendo marcada uma reunião com o Ministério da Saúde para discutir a viabilização de mais recursos financeiros para o hospital.

 De acordo com a secretária Dobashi, também foram definidas na reunião as seguintes ações: a agilização para término da reforma para abertura de mais 12 leitos, para os quais será necessária compra de equipamentos; o início da reforma da Unidade Coronariana (UCO), que também vai necessitar ser equipada; e o início de procedimentos para a transformação jurídica da Santa Casa de Campo Grande, que passaria a ser administrada por uma fundação, de caráter privado, mas tendo co-participação da gestão pública estadual e municipal. A mudança é complexa, explicou Dobashi, mas entre as vantagens dessa nova situação jurídica estão a facilidade para contabilidade, para controle de contas, para captação de recursos e para implantação de uma gestão mais moderna.

 A Santa Casa é um hospital privado, que atualmente encontra-se sob intervenção do poder público, por ordem da Justiça, atendendo pedido dos ministérios públicos estadual e federal. Como interventores, o governo de Mato Grosso do Sul e Prefeitura de Campo Grande, vêm fazendo uma série de esforços para corrigir deficiências e melhorar as condições do atendimento. Por parte do Estado, a secretária de Saúde garantiu mais uma vez a aquisição de equipamentos para a Unidade Coronariana, que vai ser reformada. As obras somente ainda não começaram porque a reforma do Pronto Socorro teve custo três vezes maior que o inicialmente previsto. No entanto, explicou Dobashi, o município viabilizou os recursos adicionais, e a reforma vai acontecer.

 Secretária Beatriz Dobashi: Estado mantém compromissos assumidos com a Santa Casa “O Estado já havia se comprometido a dar esses equipamentos, e esse compromisso permanece; assim que a reforma estiver pronta, eles serão entregues”, assegurou. Conforme o prefeito Nelsinho, o hospital também vai contar com uma doação de equipamentos por parte de um empresário, que se comprometeu, como pessoa física, a contribuir com a compra de aparelhos para 12 leitos de UTI.

 Choque de gestão

 Ao falar da existência constante de atendimento nos corredores, por falta de espaço nos ambientes apropriados, Nelson Trad Filho ressaltou que essa “é uma questão de fluxo de pacientes, da regulação da entrada”. “Como é um hospital de alta complexidade, que recebe pacientes graves, não tem como recusar [o atendimento, mesmo com lotação]. A questão é dar mais agilidade ao paciente que está internado, a fim de desocupar os leitos para que os que vão entrar possam ser acomodados. Mas a premissa é atender a todo mundo, para terem preservadas as suas vidas”, garantiu.

 Conforme o prefeito e a secretária estadual de Saúde, mesmo com as medidas paliativas que possam ser tomadas durante a intervenção, a Santa Casa ainda precisará de mudanças como o aperfeiçoamento de gestão e de se adequar ao sistema de saúde pública estadual. Uma das pautas da reunião, conforme Nelson Trad Filho, foi a necessidade de uma eficiência mais apurada no choque de gestão, “a fim de fazer frente às despesas a maior que terá com a reativação das novas unidades”.

 “Precisa de providências maiores, como mais recursos, mais regulação interna, mais submissão às regras do sistema estadual”, avalia Beatriz Dobashi. A secretária explica que é preciso que a Santa Casa aceite ser regulada, assim também como o SAMU – que, dessa forma, encaminharia mais adequadamente o paciente ou para a Santa Casa, ou para o Hospital Universitário (HU). “E o HU precisa fazer o que foi pactuado e aceitar, por exemplo, a ortopedia de menor complexidade, deixando só a de maior complexidade para a Santa Casa”, completa a secretária.

 Fonte: www.saúde.ms.gov.br