A Junta Interventora da Santa Casa de Campo Grande definiu em reunião nesta quinta-feira (31) algumas ações imediatas e providências de médio prazo para melhorar o atendimento no hospital. Com apoio da bancada federal, governo e prefeitura também deverão tentar junto ao governo federal a viabilização de mais recursos financeiros.
A secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, e o prefeito da Capital, Nelson Trad Filho, participaram da reunião, que acontece semanalmente, e anunciaram para a próxima semana a abertura de novos leitos de UTI, além de providências para agilizar procedimentos de reforma física que já estão com o processo em andamento.
Na próxima semana, já deverão ser abertos mais oito leitos, sendo dois no setor de tratamento intensivo. “Isso já desafoga os [leitos] que estão sendo ocupados no Centro Cirúrgico”, explicou o prefeito, informando também que, através do governador André Puccinelli e da bancada federal, está sendo marcada uma reunião com o Ministério da Saúde para discutir a viabilização de mais recursos financeiros para o hospital.
De acordo com a secretária Dobashi, também foram definidas na reunião as seguintes ações: a agilização para término da reforma para abertura de mais 12 leitos, para os quais será necessária compra de equipamentos; o início da reforma da Unidade Coronariana (UCO), que também vai necessitar ser equipada; e o início de procedimentos para a transformação jurídica da Santa Casa de Campo Grande, que passaria a ser administrada por uma fundação, de caráter privado, mas tendo co-participação da gestão pública estadual e municipal. A mudança é complexa, explicou Dobashi, mas entre as vantagens dessa nova situação jurídica estão a facilidade para contabilidade, para controle de contas, para captação de recursos e para implantação de uma gestão mais moderna.
A Santa Casa é um hospital privado, que atualmente encontra-se sob intervenção do poder público, por ordem da Justiça, atendendo pedido dos ministérios públicos estadual e federal. Como interventores, o governo de Mato Grosso do Sul e Prefeitura de Campo Grande, vêm fazendo uma série de esforços para corrigir deficiências e melhorar as condições do atendimento. Por parte do Estado, a secretária de Saúde garantiu mais uma vez a aquisição de equipamentos para a Unidade Coronariana, que vai ser reformada. As obras somente ainda não começaram porque a reforma do Pronto Socorro teve custo três vezes maior que o inicialmente previsto. No entanto, explicou Dobashi, o município viabilizou os recursos adicionais, e a reforma vai acontecer.
Secretária Beatriz Dobashi: Estado mantém compromissos assumidos com a Santa Casa “O Estado já havia se comprometido a dar esses equipamentos, e esse compromisso permanece; assim que a reforma estiver pronta, eles serão entregues”, assegurou. Conforme o prefeito Nelsinho, o hospital também vai contar com uma doação de equipamentos por parte de um empresário, que se comprometeu, como pessoa física, a contribuir com a compra de aparelhos para 12 leitos de UTI.
Choque de gestão
Ao falar da existência constante de atendimento nos corredores, por falta de espaço nos ambientes apropriados, Nelson Trad Filho ressaltou que essa “é uma questão de fluxo de pacientes, da regulação da entrada”. “Como é um hospital de alta complexidade, que recebe pacientes graves, não tem como recusar [o atendimento, mesmo com lotação]. A questão é dar mais agilidade ao paciente que está internado, a fim de desocupar os leitos para que os que vão entrar possam ser acomodados. Mas a premissa é atender a todo mundo, para terem preservadas as suas vidas”, garantiu.
Conforme o prefeito e a secretária estadual de Saúde, mesmo com as medidas paliativas que possam ser tomadas durante a intervenção, a Santa Casa ainda precisará de mudanças como o aperfeiçoamento de gestão e de se adequar ao sistema de saúde pública estadual. Uma das pautas da reunião, conforme Nelson Trad Filho, foi a necessidade de uma eficiência mais apurada no choque de gestão, “a fim de fazer frente às despesas a maior que terá com a reativação das novas unidades”.
“Precisa de providências maiores, como mais recursos, mais regulação interna, mais submissão às regras do sistema estadual”, avalia Beatriz Dobashi. A secretária explica que é preciso que a Santa Casa aceite ser regulada, assim também como o SAMU – que, dessa forma, encaminharia mais adequadamente o paciente ou para a Santa Casa, ou para o Hospital Universitário (HU). “E o HU precisa fazer o que foi pactuado e aceitar, por exemplo, a ortopedia de menor complexidade, deixando só a de maior complexidade para a Santa Casa”, completa a secretária.
Fonte: www.saúde.ms.gov.br