MUNICÍPIOS DESTINAM EM MÉDIA 7% A MAIS QUE O MÍNIMO EXIGIDO PARA A SAÚDE

Pacto Federativo é tema de Audiência Pública na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (8). Deputado Luiz Carlos Jorge Hauly do PSDB/PR, coordenou a Mesa, que também contou com a presença do presidente do Conasems, Mauro Junqueira e representando o Conselho Nacional de Saúde, o advogado Luiz Gonzaga.

A audiência reuniu representantes da Comissão da Seguridade Social e Família e da Comissão Especial destinada a analisar e apresentar propostas com relação a partilha de recursos públicos e respectivas obrigações da União, dos Estados, dos Municípios e do DF.

O desequilíbrio da revisão do percentual de distribuição dos recursos entre os entes e a ausência de mecanismos de responsabilização de cada um deles, foram pontos abordados pelo presidente do Conasems. “Defendemos um recurso regular, uma fonte estável para a saúde. Além de lutarmos pela proposta dos 10 por cento da corrente bruta para a saúde”, disse.

Junqueira destacou a Emenda Constitucional 29, na qual determina que os municípios destinem um montante mínimo de 15 por cento para a saúde. “Essa emenda ainda precisa de regulamentação. Não está claro a definição do que são as ações e serviços de saúde e nem a responsabilidade de cada ente”, completou.

O Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS) também foi abordado pelo presidente. “Há um gráfico atualizado que mostra uma evolução percentual de aplicação municipal de recursos para a saúde – o mínimo previsto em lei é 15 por cento e a média que está sendo destinada é cerca de 22 por cento, ou seja, são sete pontos percentuais acima do mínimo exigido”, explicou.

Segundo ele, é preciso ficar claro até onde vai a responsabilidade de cada um dos entes.  “O desequilíbrio no atual quadro de distribuição das atribuições e do repasse de verbas é crítico. Precisamos achar mecanismos rápidos para minimizar as consequências e passar por essa crise”, concluiu.

O deputado Hauly concordou com Mauro e afirmou que o pacto federativo deve ser revisto. “Os municípios são os que realmente arcam com as responsabilidades. Tem município da minha região, no Paraná, que chega a destinar 30 por cento da verba para a saúde. O prefeito sofre o impacto pois a população cobra remédio, ambulância, atendimento. Esse é um capítulo importante para o debate – O SUS, a municipalização, a distribuição dos recursos, temos que rever os caminhos e achar soluções. É um imenso desafio”, acrescentou. 

Fonte: www.conasems.org.br

BALANÇO DA SEMANA NO LEGISLATIVO

DESTAQUES

Proposta de Emenda à Constituição nº 172, de 2012que altera o art. 160 da Constituição Federal
Estabelece que a lei não imporá nem transferirá qualquer encargo ou a prestação de serviços aos Estados, Distrito Federal ou aos municípios sem a previsão de repasses financeiros necessários ao seu custeio

Resultado: A versão final aprovada em primeiro turno.

Art. 1º O artigo 167 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte alteração: "Art. 167§ 6º A União diretamente ou através de qualquer ato normativo não imporá ou transferirá qualquer encargo ou prestação de serviços aos Estados, ao Distrito Federal ou aos Municípios sem a previsão de repasses financeiros necessários ao seu custeio. § 7º O disposto no § 6º aplica-se ao disposto nos arts. 7º, inciso V, e 198, § 5º, e aos demais pisos salariais cuja competência de definição foi delegada à União. § 8º É vedada a aprovação dos atos previstos no § 6º sem que exista dotação orçamentária no orçamento da União destinada ao seu pagamento, ou sem que estejam acompanhados de aumento permanente de receita ou redução permanente de despesa no âmbito federal que compense os efeitos financeiros da nova obrigação assumida pela União, com os atos só passando a vigorar, nos dois últimos casos, quando implementadas as medidas compensatórias.

Instalação de Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional no Senado Federal para tratar da Agenda Brasil
Conjunto de 84 propostas para enfrentar a crise baseadas nos seguintes eixos: Melhoria do Ambiente de Negócios e Infraestrutura; Equilíbrio Fiscal; Proteção Social; e reformas Administrativa e do Estado.

Resultado: Instalação a comissão especial, sendo eleitos o Presidente – Senador Otto Alencar PSD/BA; Vice-presidente – Senador Romero Jucá PMDB/RR;Relator – Senador Blairo Maggi PR/MT.

Medida Provisória 684/2015 – Marco Regulatório das ONGs
Altera a Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, que estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento e de colaboração com organizações da sociedade civil; institui o termo de colaboração e o termo de fomento; e altera as Leis nºs 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999.

Resultado: É instalada a Comissão, sendo eleitos o Senador Paulo Bauer para Presidente e o Deputado Antônio Brito para Vice-Presidente; e designados Relator o Deputado Eduardo Barbosa e Relatora-Revisora a Senadora Gleisi Hoffmann.

Governo encaminha proposta orçamentária da União para 2016
Em 31 de agosto de 2015, o Poder Executivo encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Orçamentária para 2016 – PLN nº 7/2015-CN (PLOA 2016), em cumprimento ao disposto no art. 165, inciso III, da Constituição Federal (CF/88), e no art. 35, § 2º, inciso III, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. O PLOA 2016 prevê déficit primário de R$ 30,5 bilhões e, implicitamente, déficit nominal de R$ 296,6 bilhões para o exercício.

Resultado: Movimentação da oposição para devolução da PLOA ao Executivo para realização de ajustes.

Observação: A Constituição e a legislação concernente às finanças públicas não preveem a possibilidade de “devolução” do PLOA ao Executivo. Apresentada a proposta ao Congresso Nacional, tem início o processo legislativo orçamentário, cujo término concretiza-se com a devolução do projeto para sanção.

OUTRAS MATÉRIAS LEGISLATIVAS PAUTADAS PARA A TRAMITAÇÃO E VOTAÇÃO

Aprovada na CCJ o PL 5635/2005– do Sr. Onyx Lorenzoni – que "regulamenta a profissão de Protesista / Ortesista".

Pautado e não deliberado na CCJ o PL 139/1999– do Sr. Alberto Goldman – que "altera a Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, que "regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial", modificando dispositivos que dispõem sobre direitos conferidos pela patente e a concessão de licença compulsória". (Apensados: PL 3562/2000 (Apensados: PL 5176/2009 e PL 3945/2012), PL 303/2003, PL 7066/2002, PL 2846/2011, PL 3944/2012, PL 5402/2013, PL 2511/2007 (Apensado: PL 3995/2008), PL 3709/2008 (Apensados: PL 7965/2010 e PL 3943/2012), PL 8090/2014 e PL 8091/2014)

Aprovado na CCJ oPL 6868/2010– do Senado Federal – Marisa Serrano – (PLS 70/2008) – que "autoriza o Poder Público a realizar exames anuais de saúde nos estudantes dos ensinos fundamental e médio e institui a Semana Nacional da Saúde na Escola". (Apensados: PL 4392/2001 (Apensados: PL 4413/2004 e PL 8030/2010), PL 1520/2007, PL 7686/2010 (Apensado: PL 6545/2013), PL 7949/2010, PL 3275/2012, PL 665/2015 e PL 1186/2015)

Pautado e não deliberado na CCJ o PL 4337/2012– do Sr. Valdir Colatto – que "altera a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, para dispor sobre o tratamento ou a destinação de resíduos sólidos e a disposição final de rejeitos".

Aprovado na CCJ o PL 6042/2005– do Sr. José Mentor – que "dispõe sobre o exercício da profissão de Podólogo e dá outras providências".

Pautado e não deliberado na CCJ oPL 204/2015– do Sr. Pompeo de Mattos – que "dispõe sobre a impenhorabilidade de máquinas e equipamentos hospitalares e dá outras providências".

Comissão Especial da PEC 001/15 – Percentual mínimo para a saúde 18,7%

Requerimentos aprovados para realização de audiências públicas. Vejamos:

REQUERIMENTO Nº 3/15 – do Sr. Odorico Monteiro – que "requer a realização de Audiência Pública para debater a Proposta de Emenda Constituição n° 1-A, de 2015, do Sr. Vanderlei Micris e outros, com os seguintes convidados: Sr. Gastão Wagner de Souza Campos, Presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); Sra. Ana Maria Costa, Presidenta do Centro Brasileiro de Estudos e Saúde (Cebes) e Dra. Lenir Santos, representante do Instituto de Direito Sanitário Aplicado". 

REQUERIMENTO Nº 4/15 – do Sr. Odorico Monteiro – que "requer a realização de Audiência Pública para debater a Proposta de Emenda Constituição n° 1-A, de 2015, do Sr. Vanderlei Macris e outros, com os seguintes convidados: Sr. Áquilas Mendes, Doutor Livre-Docente de Economia da Saúde da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP) e do Departamento de Economia da PUC-SP: Representante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Sr. Antônio Carlos Rosa Junior, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde". 

REQUERIMENTO Nº 6/15 – do Sr. Alexandre Serfiotis – que "requer realização de audiência pública na comissão especial que analisa a PEC 001-A/2015 para ouvir o Sr. Fábio Franco Barbosa Fernandes, Subsecretário para Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda e o Sr. Manoel Carlos de Castro Pires, Chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão"

REQUERIMENTO Nº 7/15 – do Sr. Dr. Sinval Malheiros – (PEC 1/2015) – que "requer a realização de Audiência Pública para debater a Proposta de Emenda à Constituição nº 1-A, de 2015, do Sr. Vanderlei Macris e outros, com a presença do Sr. Édson Rogatti, Diretor-Presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo". 

REQUERIMENTO Nº 8/15 – do Sr. Vanderlei Macris – que "requer a realização de audiência pública com a participação do Secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Dr. David Everson Uip, para debater a Proposta de Emenda à Constituição Nº 1-A/2015". 

REQUERIMENTO Nº 9/15 – do Sr. Vanderlei Macris – que "requer a realização de audiência pública com a participação do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, para debater a Proposta de Emenda à Constituição Nº 1-A/2015". 

 

Esclerose lateral amiotrófica (ELA) e novas perspectivas de tratamento

Realizada audiência pública na CSSF com os convidados: ANGELO AUGUSTO COSTA – Procurador da República do Ministério Público Federal; GERSON CHADI – Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; MIRIAN MOURA – Coordenadora do Centro de Referência de Doenças Neuromusculares da Secretaria de Saúde do Distrito Federal; STHANLEY ABDÃO – Presidente da Associação Lutando contra ELA.

 

Pautado e não deliberado na CAPADR o PL 1644/2015 – do Sr. Padre João – que "altera a Lei nº 9.782, de 16 de janeiro de 1999, para instituir fator de correção dos valores da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária e atualizar os valores das taxas cobradas para avaliação e reavaliação toxicológica para registro de produtos".

 

Aprovado na CAPADR o PL 1267/2015 – do Sr. Luiz Cláudio – que "concede isenção e redução de alíquotas da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS e da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP sobre as receitas de vendas de produtos da agricultura orgânica".

 

Pautado e não deliberado na CSSF o PL 6.566/2013 –  do Senado Federal – Eduardo Suplicy – (PLS 231/2012) – que "acrescenta § 3º ao art. 2º da Lei nº 10.332, de 19 de dezembro de 2001, para garantir recursos para atividades voltadas para o desenvolvimento tecnológico de medicamentos, imunobiológicos, produtos para a saúde e outras modalidades terapêuticas destinados ao tratamento de doenças raras ou negligenciadas".

Pautado e devolvida à Relatora, Dep. Rosangela Gomes (PRB/RJ), para reformulação do parecer na CSSF o PL 1637/2007 – do Sr. Carlos Bezerra – que "dispõe sobre oferta, propaganda, publicidade, informação e outras práticas correlatas, cujo objeto seja a divulgação e a promoção de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans, de sódio, e de bebidas com baixo teor nutricional". (Apensados: PL 3793/2008 (Apensado: PL 7174/2010 (Apensado: PL 7648/2010)), PL 4462/2008, PL 7304/2010, PL 7644/2010 e PL 7667/2010).

Pautado e não deliberado na CSSF o PL 570/2011 – do Sr. Weliton Prado – que "dispõe sobre o acolhimento aos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS – que necessitam de tratamento em local diverso de seu domicílio". (Apensados: PL 4187/2012 e PL 4266/2012).

Pautado e não deliberado na CSSF o PL 2891/2011 – do Sr. Nelson Marchezan Junior – que "dispõe sobre incentivos ao fortalecimento da atenção primária, secundária e terciária de saúde e dá outras providências”.

 

Pautado e retirado de pauta a requerimento do Deputado Paulo Foletto na CSSF, o PL 2104/2011 – do Sr. Diego Andrade – que "altera o § 1º do art. 1º da Lei nº 11.520, de 18 de setembro de 2007, que dispõe sobre a concessão de pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios, para permitir a transmissão do benefício aos dependentes hipossuficientes". (Apensados: PL 2962/2011, PL 3303/2012, PL 4907/2012, PL 1929/2015 e PL 2330/2015).

 

Pautado e não deliberado na CSSF o PL 2665/2011 – do Sr. Manato – que "cria o Cadastro de Pessoas Portadoras de Diabetes e dá outras providências”.

Pautado e retirado de pauta a requerimento do Deputado Mário Heringer na CSSF, o PL 4183/2012 – do Sr. Giovani Cherini – que "dispõe sobre o diagnóstico e atendimento clínico aos portadores de depressão nas unidades de saúde componentes do Sistema Único de Saúde – SUS".

Pautado e não deliberado na CSSF o PL 49/2015 – da Sra. Carmen Zanotto – que "altera a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre agrotóxicos, fazendo incluir nos rótulos dos produtos imagens realistas sobre prejuízos à saúde causados pelos pesticidas sobre a saúde humana". (Apensados: PL 371/2015 e PL 461/2015)

Aprovado na CSSF o PL 395/2015 –  do Sr. Lelo Coimbra – que "dispõe sobre o tratamento e acompanhamento de mulheres acima de quarenta anos de idade portadoras de artrite e artrose".

Pautado e pedido de vista conjunta aos Deputados Glauber Braga, Max Filho e Pedro Uczai na CE, o PL 2598/2007– do Sr. Geraldo Resende – que "obriga os estudantes de Medicina, Odontologia, Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Psicologia e Terapia Ocupacional, que concluírem a graduação em instituições públicas de ensino ou em qualquer instituição de ensino, desde que custeados por recursos públicos, a prestarem serviços remunerados em comunidades carentes de profissionais em suas respectivas áreas de formação". (Apensados: PL 3265/2008 (Apensados: PL 7694/2010 (Apensados: PL 7988/2010, PL 326/2011, PL 3820/2012 e PL 4616/2012), PL 248/2011, PL 1963/2011, PL 5998/2013 e PL 1977/2015), PL 4474/2008 (Apensado: PL 4346/2012), PL 6050/2009, PL 6103/2009, PL 6482/2009, PL 6550/2009 (Apensados: PL 5577/2013 e PL 6029/2013), PL 2592/2011, PL 5449/2013, PL 8056/2014, PL 937/2015 e PL 1129/2015)

Pautado e retirado de pauta pela relatora, Deputada Maria do Rosário na CE, o PL 4753/2012– da Sra. Benedita da Silva – que "dispõe sobre a inclusão, nos cursos de formação dos profissionais da educação, saúde, assistência social e segurança pública de conteúdos programáticos, referentes à identificação de maus-tratos, negligência e de abuso sexual praticados contra crianças e adolescentes".

Pautado e não deliberado na CE, o PL 6346/2013– do Sr. Francisco Praciano – que "altera a Lei nº 12.858, de 9 de setembro de 2013, que dispõe sobre a destinação para as áreas de educação e saúde de parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural, para estabelecer que parte dos recursos destinados para a área de educação, pela referida Lei, sejam utilizados, por todos os entes da Federação, no pagamento de salários e outras verbas de natureza remuneratória a profissionais do magistério das redes públicas de educação e na capacitação desses profissionais". (Apensados: PL 6793/2013 e PL 7978/2014).

Pautado e retirado de pauta a requerimento da Deputada Alice Portugal na CE, o PL  454/2015– do Sr. Rômulo Gouveia – que "altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente, para dispor sobre a realização de exames toxicológicos nos adolescentes matriculados na rede de ensino".

Pautado e não deliberado na CE, o PL 422/2011– do Sr. Lincoln Portela – que "dispõe sobre a dotação de recursos financeiros para os centros municipais de controle de zoonoses, centros de triagens e organismos de combate ao tráfico e proteção aos animais".

Realizada audiência na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência para "Discutir a Portaria 1.635/2002 do Ministério da Saúde, que objetivou organizar o atendimento às pessoas com deficiência intelectual e/ou distúrbio do espectro autista no SUS e a Portaria 2.848/2007 do Ministério da Saúde, que modificou e unificou os códigos da tabela SIA e SIH/SUS".

Realizada audiência na Comissão de Seguridade Social e Família para “Discutir a regulamentação das profissões interligadas à saúde pública”.

Fonte: www.conasems.org.br

SAÚDE FINANCIA 500 NOVAS BOLSAS DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL

Instituições interessadas em ampliar programas de especialização em área profissional da saúde devem aderir a edital, que prioriza as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste

Profissionais de diversas áreas da saúde terão mais oportunidades para se especializar. O Ministério da Saúde vai financiar 500 novas bolsas de residência multiprofissional em áreas e regiões prioritárias, de modo a estimular a expansão das vagas para qualificação de profissionais como enfermeiros, dentistas, fisioterapeutas, entre outros (exceto Medicina, que tem um programa próprio). A expansão faz parte do Programa Nacional de Bolsas para Residências em Área Profissional da Saúde (Pró-Residência Multiprofissional) e vai priorizar as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste.

O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Hêider Pinto, enfatiza a importância de se qualificar profissionais de todas as áreas da saúde. “O bom funcionamento do Sistema Único de Saúde depende de todos os profissionais que atuam nos serviços. Assim, todos os profissionais devem ter oportunidades para fazer residência: dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, ou seja, todos aqueles responsáveis por construir um SUS integral e de qualidade”, declara.

As instituições interessadas em ampliar as vagas deverão se inscrever até 15 de outubro, por meio do endereço eletrônico http://sigresidencias.saude.gov.br. O resultado da seleção será divulgado a partir de dezembro. Podem concorrer ao edital instituições públicas estaduais, municipais e do Distrito Federal, e privadas sem fins lucrativos. As novas vagas poderão ser criadas em programas de residência já existente ou programas novos, em áreas de concentração prioritárias para o SUS.

Sendo assim, 75% das bolsas serão destinadas às áreas de Atenção Básica/Saúde da Família, Atenção ao Câncer (infantil, adulto e cuidados paliativos), Enfermagem Obstétrica, Física Médica, Neonatologia e Saúde Mental. As 25% bolsas restantes serão concedidas nas especialidades de Atenção Clínica Especializada (enfoque em cardiologia e nefrologia), Cirurgia e traumatologia Bucomaxilofacial, Hematologia (infantil, adulto e cuidados paliativos), Intensivismo, Reabilitação e Urgência/trauma.

PANORAMA – Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde ofertou 586 novas bolsas de residência multiprofissional, como resultado de edital lançado no segundo semestre de 2014. As novas vagas representaram uma ampliação de 20% em relação ao ano anterior nas bolsas disponíveis para os profissionais ingressantes na especialização. No total, 5.505 bolsas de residência em saúde estão sendo custeadas pelo Ministério da Saúde, sendo 3.461 bolsas para o primeiro ano e 2.044 para o segundo ano de residência.

Fonte: www.saude.gov.br

MAIS DE 212 MIL BRASILEIROS ADMITEM USAR NARGUILÉ

Embora pareça inofensivo, uma sessão de narguilé, que dura em média de 20 a 80 minutos, corresponde a fumaça de 100 cigarros. Ministério da Saúde alerta sobre perigo do consumo

Apesar da liderança do Brasil no combate ao tabagismo ter resultado em conquistas importantes como a redução de 30,7% no percentual de fumantes nos últimos nove anos, o consumo do narguilé tem aumentado no país, principalmente entre os jovens. Mais de 212 mil brasileiros admitem usar o cachimbo, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Segundo dados da PNS e da Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab), entre os jovens homens fumantes (entre 18 e 24 anos), o percentual de usuários do produto mais que dobrou nos últimos cinco anos, passando de 2,3% em 2008 para 5,5% em 2013. Para alertar sobre os malefícios do consumo do produto, o Ministério da de Saúde e o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) apresentaram campanha em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado no último sábado (29/8).

Confira a apresentação do ministro.

“Com essa campanha, nós estamos desmistificando a ideia de que o narguilé é inofensivo. O uso do tabaco continua sendo responsável por 90% dos casos de câncer no país. Queremos consolidar essa informação entre os jovens, que é o público mais seduzido por essa falsa impressão que o narguilé não faz mal a saúde”, enfatizou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Por utilizar um filtro de água antes de a fumaça ser aspirada pelo fumante, o consumo de narguilé é visto como menos nocivo à saúde. No entanto, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstram justamente o contrário. Uma sessão de narguilé, que dura em média 20 a 80 minutos, corresponde a fumaça de aproximadamente 100 cigarros. No Brasil, segundo o recorte da PNS, dos cerca de 212 mil usuários de narguilé no país, 112 mil (53%) fumam esporadicamente, enquanto 27,5 mil (13%) fazem uso uma vez por mês, 57,2 mil (27%) semanalmente e 14,8 mil (7%) afirmam realizar o consumo diariamente.

Entre aqueles que informaram fumar o narguilé diariamente, 63% possuem entre 18 e 29 anos e 37% estão na faixa estaria entre 30 e 39 anos. O que demonstra que os jovens são os maiores usuários do narguilé. A pesquisa também identificou que 97% dos consumidores estão localizados nas regiões Sul (46%), Sudeste (31%) e Centro-Oeste (20%). As regiões Norte e Nordeste registraram apenas 3%, com 1% e 2% respectivamente.

O coordenador de ensino do INCA, Luiz Felipe Ribeiro Neto, explica que a água não ameniza os efeitos do tabaco. “A ideia de que a água filtra a fumaça produzida é equivocada. O narguilé possui os mesmos componentes nocivos do cigarro, seja da nicotina ou cancerígenos. Há concentrações diferentes no mesmo produto. É importante entender que no narguilé ou no cigarro, os níveis dos compostos não são seguros de nenhuma forma”, ressalta.

Como um único cachimbo do narguilé pode ser usado por várias pessoas simultaneamente, a socialização do consumo se torna muito atraente, especialmente para os jovens. Por isso, a iniciação ao cigarro e a outros produtos do tabaco, por meio do narguilé, preocupa o Ministério da Saúde. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE/2012) revelou que 7,6% dos adolescentes entre 13 a 15 anos entrevistados afirmaram ter fumado cigarro e/ou produto de tabaco nos últimos 30 dias, sendo que 5,1% admitiram ter fumado apenas cigarro.

O consumo de narguilé pode contribuir para o surgimento de doenças respiratórias, coronarianas e tipos de câncer como de pulmão, boca, bexiga e leucemia. Além disso, o narguilé pode gerar dependência devido às altas doses de nicotina. Estudos também apontam que 45 minutos de sessão acarreta a elevação das concentrações plasmáticas de nicotina, de monóxido de carbono expirado e dos batimentos cardíacos. Outro alerta importante relacionado ao uso diz respeito aos riscos de saúde relacionados não apenas ao consumo do tabaco, como também ao surgimento de doenças infectocontagiosas em razão do hábito de compartilhamento do bucal entre os usuários.

CAMPANHA – Esses e outros alertas fazem parte da campanha “Parece Inofensivo, mas fumar narguilé é como fumar 100 cigarros”, lançada pelo Ministério da Saúde e o INCA. A ação faz parte da campanha nacional “Da Saúde se Cuida Todos os Dias”, que tem como objetivo incentivar as mudanças individuais e de comportamento, reconhecendo que a saúde não é fruto apenas da vontade própria, mas também dos contextos social, econômico, político e cultural em que estão inseridos. A campanha será veiculada até o dia 30 de setembro e contará com cartazes e folders, spots de rádio em emissoras voltadas para o público jovem, ações nas redes sociais e na internet.

AMBIENTES LIVRES DO TABACO – O Ministério da Saúde reforça que os narguilés estão incluídos nos produtos proibidos, em 2014, com a regulamentação da Lei Antifumo.  O consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos fumígenos, derivados ou não do tabaco, em locais de uso coletivo, públicos ou privados, mesmo que o ambiente esteja só parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo não é permitido.

Ainda dentro das ações que vem sendo desenvolvidas pelo Governo Federal desde 2011 está a política de preço mínimo para cigarro e a proibição da propaganda comercial de cigarros em todo o território nacional, sendo permitida apenas a exposição dos produtos nos locais de vendas. Esse conjunto de iniciativas permitiu que, até 2015, segundo o balanço do Plano de DCNT, a redução da prevalência de tabagismo seja o indicador de fator de risco com maior avanço no Brasil.

O Ministério da Saúde também ampliou ações de prevenção com atenção especial aos grupos mais vulneráveis (jovens, mulheres, população de menor renda e escolaridade), assim como contribuiu para o fortalecimento da implementação da política de preços e de aumento de impostos dos produtos derivados do tabaco e álcool. Houve também o fortalecimento, no Programa Saúde na Escola (PSE), das ações educativas voltadas à prevenção e à redução do uso de álcool e do tabaco.

Fonte: www.saude.gov.br

DOIS MUNICÍPIOS SUL-MATO-GROSSENSES RECEBERÃO PROFISSIONAIS DO MAIS MÉDICOS EM SETEMBRO

Profissionais são brasileiros com CRM Brasil e foram selecionados na segunda chamada do edital de reposição

A partir do dia 1º de setembro, dois médicos brasileiros iniciarão as atividades em dois municípios sul-mato-grossenses por meio do Programa Mais Médicos. As vagas foram preenchidas na segunda chamada do edital de reposição, publicado em julho deste ano. Em todo o país, serão 60 profissionais em 60 cidades nesta fase. Com isso, 100% da demanda nesta etapa foi atendida com profissionais brasileiros formados no país. A atuação desses participantes levará assistência a mais 200 mil pessoas de todas as regiões.

Confira os municípios selecionados na segunda chamada

“A participação recorde de profissionais brasileiros que estamos obtendo com as chamadas neste ano demostra a consolidação do Programa. Agora, serão mais 60 municípios que receberão médicos para seguir desenvolvendo as atividades com atendimento na atenção básica, realizando consultas, ações de promoção da saúde até atendimentos de pequenas urgências”, destaca o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Hêider Pinto.

Os médicos selecionados nesta etapa têm até hoje (31) para apresentar as documentações aos gestores municipais. O Nordeste foi a região mais beneficiada, com 24 médicos. O Sudeste receberá 20 profissionais, seguido do Centro-Oeste (7), Sul (7) e o Norte com 2 participantes alocados.

Ao todo, 276 vagas foram solicitadas por 200 municípios no edital de reposição, sendo oito delas em quatro cidades de Mato Grosso do Sul. Na primeira chamada, 266 profissionais foram alocados em 193 cidades. No entanto, além das dez oportunidades não preenchidas no primeiro chamamento, outros 50 médicos não confirmaram a participação e tiveram as vagas reabertas na segunda chamada.

REGRAS DO EDITAL – No momento do cadastro, os candidatos escolheram entre a pontuação adicional de 10% nas provas de residência com atuação por, no mínimo 12 meses na Unidade Básica de Saúde (UBS), ou a permanência no município por até três anos e o direito a benefícios como auxílios moradia e alimentação pagos pelas prefeituras.

Para a classificação, foram estabelecidas as mesmas regras adotadas no edital anterior: ter título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade; experiência comprovada na Estratégia Saúde da Família; ter participado do Programa de Educação pelo Trabalho – PET (Vigilância, Saúde, Saúde da Família e Saúde Indígena); do VER-SUS; do ProUni ou do FIES. Como critérios de desempate são considerados a maior proximidade entre o município desejado e o de nascimento e ter a maior idade.

No primeiro chamamento de 2015, realizado em janeiro, os médicos formados no Brasil ou com diploma revalidado e os brasileiros graduados no exterior preencheram todas as 4.139 vagas ofertadas em 1.289 municípios e 12 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Com essa expansão, o programa conta com 18.240 médicos em 4.058 municípios e 34 distritos indígenas, beneficiando cerca de 63 milhões de pessoas.

SOBRE O PROGRAMA – Criado em 2013, o Programa Mais Médicos ampliou à assistência na Atenção Básica fixando médicos nas regiões com carência de profissionais. Além do provimento emergencial de médicos, a iniciativa prevê ações voltadas à infraestrutura e expansão da formação médica no país.

No eixo de infraestrutura, o governo federal está investindo na expansão da rede de saúde. São mais de R$ 5 bilhões para o financiamento de construções, ampliações e reformas de 26 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Já as medidas relativas à expansão e reestruturação da formação médica no país, que compõem o terceiro eixo do programa, preveem a criação, até 2017, de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência médica para formação de especialistas com o foco na valorização da Atenção Básica e outras áreas prioritárias para o SUS.

Fonte: www.saude.gov.br

MINISTÉRIO DA SAÚDE LANÇA VERSÃO DIGITAL DO CARTÃO SUS

Medida irá aproximar usuário de sua identidade no SUS e disponibilizará ferramentas relacionadas à saúde da população como o cadastramento de contatos de emergência e alergias

O Cartão SUS – que é a identidade do cidadão no Sistema Único de Saúde (SUS) – está agora a apenas um clique do cidadão e dos serviços de saúde de todo o país. O aplicativo, chamado Cartão SUS Digital, disponibilizará ferramentas importantes como o controle da aferição de pressão e medição de glicemia, o que é essencial para quem tem diabetes e hipertensão. Ao preencher as informações, a ferramenta mostrará, com auxílio de gráficos, os últimos registros de pressão máxima e mínima, bem como a evolução das taxas de glicemia. O aplicativo já está disponível para smartphones com sistema Android e a previsão é de que em novembro ele já esteja disponível na Apple Store.

Link para download do Cartão SUS digital: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.datasus.cnsdigital

O cidadão também poderá indicar se possui alguma alergia, informar se faz uso contínuo de medicamentos, adicionar contatos de emergência e compartilhar as informações com médicos por quem estejam sendo acompanhados, o que permite traçar o diagnóstico e ofertar o tratamento mais adequado ao histórico do paciente. O aplicativo passará por atualizações nos próximos meses o que ampliará a oferta de serviços disponíveis.

Segundo a pesquisa Mobile Report, da Nielsen IBOPE, 68,4 milhões de pessoas utilizam a internet pelo celular no Brasil. A ideia é que essas pessoas possam utilizar o aplicativo e, com isso, trazer economia aos cofres públicos. Isso porque, apenas em 2014, o Ministério da Saúde destinou R$ 4 milhões para a compra de mais de 13 milhões de mídias plásticas do cartão.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lembra que o acesso ao cartão por meio digital trará muitos ganhos a população. “Vamos aperfeiçoar cada vez mais o aplicativo de modo que seja possível ampliar a oferta de serviços disponíveis através da ferramenta, como a busca de serviços de saúde com auxílio de mapas, alerta de consultas marcadas na rede pública e até solicitar marcação de consultas pelo aplicativo”, explicou.

Cartão SUS – Possibilita a identificação única dos usuários do SUS e, com isso, é possível reunir o conjunto de atendimentos realizados, onde quer que aconteçam. Hoje, todo brasileiro com CPF válido possui o número do Cartão Nacional de Saúde, como consequência da integração da base de dados do cartão (CadSUS Web) com a Receita Federal. O registro do conjunto de informações por meio da identificação do usuário é extremamente importante porque, a partir das informações reunidas, será possível acompanhar melhor a saúde dos pacientes e garantir uma atenção ainda mais adequada aos brasileiros que utilizam a rede pública de saúde. Além disso, será possível organizar ainda mais a rede de atendimento e a oferta dos serviços de saúde em todo o país.

As unidades da rede pública de saúde devem prestar atendimento à população independentemente da apresentação do cartão. Se o paciente não tiver o cartão (digital ou em mídia plástica) ou mesmo o número, o registro pode ser feito no momento do atendimento. Isso vale tanto para as unidades públicas como privadas.

Para descobrir o número do Cartão, o cidadão pode entrar no aplicativo, informando seu número de CPF e data de nascimento. Para quem ainda não possuir, o Cartão SUS é emitido pelas unidades de saúde pública que prestam atendimento ao cidadão nos estados e municípios. Desta forma, basta se dirigir a Unidade Básica de Saúde mais próxima da casa do cidadão para efetuar o cadastro. É necessário informar o nome do usuário do SUS, o nome da mãe, o sexo, raça e etnia, o município de naturalidade, a data de nascimento e o endereço.

A partir do Cartão SUS, o Ministério da Saúde tem trabalhado na integração dos sistemas de saúde. Vários sistemas nacionais, dentre os quais, Sistema de Cadastro dos usuários do SUS (CadSUS Web), Portal do Cidadão, Sistema de Regulação (SISREG, CNRAC) e Sistema de Monitoramento do Câncer (SISCAN) encontram-se integrados à base do cartão.

Fonte: www.saude.gov.br

SAÚDE BUSCA CASOS DE HANSENÍASE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

A ação será realizada em 45 mil escolas de 2.290 municípios brasileiros. Além de hanseníase, os estudantes também serão tratados para tracoma e verminose.

A partir desta segunda-feira (10), agentes comunitários de saúde e equipes do Programa Saúde da Família de 2.290 municípios vão percorrer escolas para diagnosticar e tratar hanseníase, tracoma e verminose em alunos de cinco a 14 anos. Mais de oito milhões de crianças e adolescentes serão avaliadas na ação, como parte da terceira edição da “Campanha Nacional de Hanseníase, Geo-helmintíases e Tracoma”, do Ministério da Saúde.

Os profissionais visitarão as escolas em busca de alunos que apresentem sinais e sintomas das doenças. Com isso, o Ministério da Saúde espera aumentar o diagnóstico precoce e identificar comunidades em que a hanseníase, tracoma e verminoses ainda persistem. Os casos suspeitos serão encaminhados à rede básica de saúde para confirmação e início imediato do tratamento.

Serão distribuídas 8,5 milhões fichas de autoimagem para as 45,1 mil escolas que participam da campanha. Nas fichas, com desenho do corpo humano, os responsáveis vão marcar onde as crianças possuem qualquer tipo de machas na pele, para serem avaliadas pelas equipes da atenção básica.  

Diante de um diagnóstico positivo de hanseníase, será possível descobrir se há outros casos na família ou comunidade, evitando a transmissão da doença. “Quando uma criança está com hanseníase, significa que alguém do convívio dela também tem a doença. Por isso, os profissionais de saúde também vão examinar familiares e outras pessoas do mesmo convívio. A hanseníase tem cura e a transmissão é interrompida já no início do tratamento”, explica o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antônio Nardis.  

NOVA TERAPIA – Como medida de reforço para interromper a cadeia de transmissão, o Ministério da Saúde está adotando, ainda neste segundo semestre, a terapia preventiva da hanseníase aos contatos de casos diagnosticados com a doença. A iniciativa começará em treze municípios de três estados com alta carga da doença: Pernambuco, Mato Grosso e Tocantins.

A estratégia busca ampliar a cobertura de exames de contatos. Ou seja, a cada novo diagnóstico, o serviço de saúde vai identificar e tratar, no mínimo, 20 contatos, entre pessoas que vivem na mesma casa, na vizinhança e outros contatos sociais. Mesmo sem ter sintomas da doença, a pessoa receberá uma dose única de antibiótico.

Segundo o secretário, o tratamento de prevenção pode ser usado como uma intervenção adicional para a redução da transmissão da hanseníase. Estudo mostra que a profilaxia pode reduzir em 60% a incidência da doença e em 57% o risco de hanseníase em contatos de pacientes diagnosticados durante um período de dois anos. “O exame de contatos é extremamente importante para a detecção de casos novos. Mas, embora seja uma intervenção simples, incorporar a estratégia aos programas de hanseníase requer planejamento para não haja estigma às pessoas com diagnóstico positivo. Por isso, adotamos a estratégia piloto para avaliar a operacionalidade da medida como mais um reforço na redução da doença no Brasil”, explica Nardi. Cerca de 41 mil pessoas deverão usar a profilaxia nestes municípios.

Tracoma e verminose – Realizada em conjunto com as prefeituras, a campanha, que também combate tracoma e verminose, é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por tratar, de forma conjunta, as três doenças. A ação, inclusive, serve de modelo para outros países. Neste ano, o número de municípios participantes aumentou 168% em comparação com a primeira edição, em 2013, quando 852 cidades realizaram a mobilização. No ano passado, 1.944 municípios participaram da ação. Para a realização da campanha, o Ministério da Saúde repassou, no total, R$ 15,6 milhões a estados e municípios.

A iniciativa pretende reduzir a carga das verminoses (parasitas intestinais conhecidos como lombrigas), que causam anemia, dor abdominal e diarreia, com o uso de vermífugo preventivo. Esses parasitas podem prejudicar o desenvolvimento e o rendimento escolar da criança. 

Mais de 580 municípios também farão busca de casos de tracoma, por meio de exame dos olhos. O tratamento é com dose única de antibiótico para os casos positivos e seus contatos próximos.

CAMPANHA 2014 – Na segunda edição da Campanha Nacional de Hanseníase, Geo-helmintíases e Tracoma – realizada no ano passado – dos 5,6 milhões de estudantes que receberam a ficha de autoimagem, 4,1 milhões responderam, representando 74% do total. Destes alunos, 5,6% (231.247) foram encaminhados às unidades de saúde para esclarecimento do diagnóstico. Depois de passarem por exames clínicos, 354 crianças foram diagnosticadas com hanseníase, representando 0,15%.

Os contatos destas crianças também são registrados e examinados. Nesse sentido, houve diagnóstico em 73 contatos intradomiciliares dos casos novos diagnosticados na campanha. Do quantitativo de escolares identificados como casos sugestivos de hanseníase ou com diagnóstico confirmado pelas unidades de saúde, cinco estados responderam por mais de 80% do total de casos diagnosticados, sendo eles: Pará, Mato Grosso, Maranhão, Bahia e Pernambuco. Na Campanha, também foram tratados 4.754.092 alunos para verminoses e 25.173 escolares foram diagnosticados para tracoma.

REDUÇÃO DE CASOS – A taxa de prevalência de hanseníase caiu 25,7% em 10 anos, no Brasil, passando de 1,71 pessoas em tratamento por 10 mil habitantes, em 2004, para 1,27 por 10 mil habitantes, em 2013. A queda é resultado das ações voltadas para a eliminação da doença, intensificada nos últimos anos.

Em 2014, o Ministério da Saúde registrou 31 mil casos novos da doença, com coeficiente de detecção de 15,32/100 mil habitantes. Já em 2004, foram notificados 50,5 mil novos casos, com incidência de 28,25/100 mil habitantes – uma redução de 38,5%. Em menores de 15 anos, foram 2.341 casos, em 2014, e 4.075, em 2004. As áreas de maior risco de adoecimento estão concentradas em Rondônia, Pará, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Em 2004, 67,3% das pessoas que faziam tratamento para hanseníase se curaram. Já em 2014, esse número saltou para 82,7%. O número de contatos examinados também aumentou de 45,5% para 76,6%, no mesmo período.

Fonte: www.saude.gov.br 

ENTREVISTA COM ANA LÚCIA DA SILVA – Coordenadora local do Curso de Especialização e de Aperfeiçoamento em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CGTES) no Mato Grosso do Sul

 

Ana Lúcia da Silva é mineira. Concursada como sanitarista, integra o corpo técnico da Escola de Saúde Pública do Mato Grosso do Sul. Mestra em Gestão do Trabalho em Educação da Saúde, especialista em Gestão do trabalho da Educação da Saúde pelo Curso Internacional de Política de Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS) para os países andinos (CIRHUS) e especialista em Economia da Saúde pela Universidade de São Paulo – USP, Educação a Distância (EAD). Tutora e coordenadora estadual do Curso de Especialização e de Aperfeiçoamento em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CGTES) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) na Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde no Ministério da Educação (MEC). Ana Lúcia também é representante da Secretaria de Saúde do Estado do Mato Grosso do Sul na câmara técnica de gestão de trabalho e educação da saúde do CONASS. A entrevista foi concedida ao jornalista Gustavo Sobral, membro do Observatório de Recursos Humanos em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Observatório RH-UFRN), em junho de 2015.

Observatório RH: Qual a situação da gestão do trabalho e da educação em saúde no Estado do Mato Grosso do Sul?

Ana Lúcia: Estamos vivenciando uma fase interessante. Quando fiz o CIRHUS, em 2008, a proposição para o trabalho de conclusão de curso foi a de implantar uma diretoria geral em gestão do trabalho e educação na saúde na secretaria de Estado, e agora em 2015 foi implantada a Superintendência Geral de Gestão do Trabalho em Educação em Saúde, que, para nós, está se descortinando em uma fase interessante e esperada, pois a gestão do trabalho em saúde e a educação do trabalho em saúde formaram uma superintendência única, e assim estamos numa perspectiva de melhorar a integração nas duas áreas.

Observatório RH: Qual a importância do curso de gestão do trabalho em saúde para o cenário nacional?

Ana Lúcia: Este curso de gestão de trabalho atende a expectativa de quem já milita na área há um tempo, tentando aumentar a massa crítica em relação ao trabalho das secretarias municipais de saúde para que deixe de ser um tema, uma abordagem teórica, para se transformar numa execução, na pratica.

Observatório RH: Qual a importância do curso de especialização em gestão do trabalho em saúde para o Mato Grosso do Sul?

Ana Lúcia: Por ser um estado relativamente novo, criado em 1974, e instalado na verdade em 1979, e os municípios serem pequenos, mais de 60% dos municípios tem menos de 20 mil habitantes, a estrutura das secretarias municipais de saúde é muito pequena, por isso, a gestão do trabalho acaba sendo centralizada na prefeitura e as secretarias municipais de saúde acabam ficando normativamente vinculadas as secretarias de administração do município e não a secretaria de origem. Por isso, voltamos o curso para os agentes da secretaria municipal, dos hospitais do SUS e da secretaria de Estado. A importância do curso é disseminar a gestão de trabalho para as secretarias municipais de saúde e os hospitais com o sentido de formar uma rede de informações estadual e assim não só fornecer referências aos gestores, mas também ao disseminar o conhecimento sobre o tema, estimular a implantação da gestão de trabalho nas secretarias municipais de saúde.

Observatório RH: Quais os projetos de intervenção você espera que sejam desenvolvidos como resultado do curso?

Ana Lúcia: A minha expectativa é que a grande maioria dos trabalhos seja de implantação de uma estrutura de trabalho nas secretarias municipais de saúde, porque as secretarias que tem um sistema de gestão do trabalho e uma estrutura adequada são as dos municípios maiores e também espero que haja o fortalecimento da implantação das mesas de negociação, proposta que já vem sendo trabalhada pela mesa estadual de negociação. Em resumo, vislumbro que sejam de fato trabalhos factíveis e voltados para essas duas direções, a implantação de uma estrutura de gestão e o fortalecimento da Mesa de Negociação.

GOVERNO OFERTA TRÊS MIL BOLSAS DE RESIDÊNCIA PARA MEDICINA DE FAMÍLIA

Os profissionais graduados em Medicina terão mais oportunidades para se especializar. O governo federal anuncia nesta terça-feira (4) a criação de mais três mil bolsas de residência médica no país. Das novas vagas, 75% são para ampliar a formação de médicos especialistas em Medicina Geral de Família e Comunidade, que atuam mais perto da população. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão prioridade nas bolsas para corrigir o déficit histórico de profissionais nessas regiões. A medida integra o Programa Mais Médicos, voltado à expansão e à melhoria da formação médica.

Entre as bolsas criadas, duas mil serão financiadas pelo Ministério da Saúde e mil pelo Ministério da Educação. A oferta é feita por meio do Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas – Pró-Residência, que estimula a expansão de vagas da residência médica, com foco nas especialidades estratégicas para o Sistema Único de Saúde (SUS). As instituições interessadas em ampliar suas vagas poderão se inscrever entre 10 de agosto e 4 de outubro de 2015. Também foi autorizada a contratação de 880 professores para atuar nas universidades federais que abriram novas vagas nos cursos de Medicina ou que criaram novas faculdades.

Além das bolsas e das vagas docentes, as políticas voltadas à formação de profissionais especialistas ganham mais um impulso com a regulamentação do Cadastro Nacional de Especialistas, que reunirá informações de todos os médicos especialistas registrados no país. As diretrizes do banco inédito serão definidas em Decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff

“A parceria entre Saúde e Educação tem sido expressiva para consolidar o nosso Sistema Único de Saúde. O Mais Médicos vai além de atender as pessoas, o programa tem outros dois eixos tão importantes, como a melhoria do SUS e a formação qualificadas dos novos profissionais de medicina. Com o andamento do programa, ja estamos conseguindo alguns indicadores como a redução da mortalidade infantil, mas queremos ampliar os impactos.” destacou a presidenta.

Previsto na Lei do Mais Médicos, o cadastro vai englobar as informações do Ministério da Educação, do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, da Agência Nacional de Saúde Suplementar, da Associação Médica Brasileira e no Conselho Federal de Medicina. O principal objetivo é aprimorar o planejamento para formação e distribuição de novos especialistas, o que subsidiará a criação de novas políticas na área. Permite saber onde o médico se formou, qual sua especialidade e onde atua.

A universalização da residência médica integra as ações do Mais Médicos, que prevê, até 2018, para cada médico formado uma vaga de residência. Desde 2013, já foram autorizadas 4.742 vagas (38%) dentre as 12,4 mil previstas para formação de especialistas. Com as novas 3.000 vagas chega-se a 62% da meta. A ampliação das oportunidades para formação de médicos de família também cumpre à legislação do Programa que transformou a especialização nesta área em pré-requisito para a formação em outras especialidades.

IMPACTOS DO PROGRAMA – Também foi apresentado pelo Ministério da Saúde resultados dos avanços conquistados pelo Programa, que completa dois anos este ano. Dados inéditos da Rede Observatório do Programa Mais Médicos (14 instituições, incluindo 11 universidades) mostram que houve aumento de 33% no número de consultas realizadas nos municípios que participam do Mais Médicos, contra apenas 15% observado em cidades que não aderiram à ação.

Já a quantidade de internações em hospitais apresentou redução, o que aponta para a maior resolubilidade da Atenção Básica, de forma que muitos pacientes tiveram seu problema de saúde resolvido na Unidade Básica de Saúde sem necessidade de ir a um hospital. Nos municípios do Programa, entre 2013 e 2014, o número de internações caiu 4% a mais que nas demais cidades. Esse índice chegou a 8,9% nas cidades em que o Saúde da Família, com Mais Médicos, cobre mais de 36% da população. A expectativa é que em 2015 mais de 91 mil brasileiros deixem de ser internados.

Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), encomendado pelo Ministério da Saúde, aponta que a melhoria dos serviços também foi sentida pela própria população e pelos gestores locais. Entre os 14 mil entrevistados em 2014, 55% deram nota 10 ao Programa Mais Médicos, e a média geral foi 9. Além disso, 85% disseram que a qualidade do atendimento médico está melhor ou muito melhor, 87% apontaram que a atenção do profissional durante a consulta melhorou e 82% afirmaram que as consultas passaram a resolver melhor os problemas de saúde. Os gestores deram nota 8,4 para a assistência à saúde em seus municípios e 91% acharam que os serviços melhoraram.

Para o ministro da Saúde Arthur Chioro “O Programa é o resultado da consolidação de uma política de estado. Após 27 anos da criação do SUS, estamos conseguindo garantir o direito a atenção básica para todos os brasileiros. São 63 milhões de brasileiros beneficiados com o Mais Médicos e 134 milhões com atendimento básico em todo o país. Essa presença dos profissionais já traz resultados, com aumento do número de consultas e redução das internações nos municípios com médicos do programa.”

A infraestrutura na Atenção Básica também mostrou avanços significativos: 91% dos municípios do Brasil receberam repasse de recursos do Ministério da Saúde para construir novas UBS e qualificar a rede de unidades existentes através de obras de reforma e ampliação. Do total de 38 mil UBS avaliadas pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), ou seja, mais de 90% do total de unidades do Brasil, 71% passaram ou estão passando por obras de qualificação, sendo 77% com financiamento do Governo Federal.

QUALIDADE NA FORMAÇÃO – Também foram lançadas diretrizes para orientar as relações entre escolas de Medicina e gestões locais e estaduais do SUS, de modo a garantir a qualidade das atividades práticas de ensino executadas nos serviços de saúde. Essas relações serão formalizadas por meio do Contrato Organizativo de Ação Pública Ensino-Saúde (COAPES), como parte das ações do Mais Médicos para viabilizar as mudanças no ensino da Medicina no país. As regras foram definidas em Portaria, após consulta pública que recebeu 125 contribuições dos cidadãos e setores interessados.

O Mais Médicos prevê que os estudantes de Medicina deverão cursar pelo menos 30% do internato – parte prática do curso – na Atenção Básica e nos serviços de urgência e emergência do SUS. A iniciativa também está expandindo a formação médica no país. Dentre as 11,4 mil vagas de graduação que serão criadas até 2017, 5.306 (46%) já foram autorizadas em 82 municípios, dos quais 27 não tinham graduação em medicina. Além disso, estão em curso editais para criar outras 4.447 vagas em universidades privadas em 63 cidades que não são capitais e não possuem faculdades de medicina.

“O Brasil, com base em critérios técnicos, está fazendo a expansão dos cursos de medicina com qualidade. A ampliação de vagas é um momento fundamental no programa e deve ser visto como uma ação estruturante para a educação médica. Juntamente com a chegada de médicos, as políticas do governo para a formação de mais médicos vão atender ao objetivo de longo prazo” finalizou o Ministro da Educação, Renato Janine.

Fonte: www.conasems.org.br

NOVOS MEDICAMENTOS PARA HEPATITE C CHEGAM AO SUS ESTE ANO

No primeiro ano de incorporação ao SUS, 30 mil pessoas serão beneficiadas. O novo tratamento garante mais qualidade de vida e conforto ao paciente

Uma nova terapia que aumenta as chances de cura e diminui o tempo de tratamento aos pacientes com hepatite C estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) até dezembro deste ano. Composto pelos medicamentos daclatasvir, simeprevir e sofosbuvir, o novo tratamento vai beneficiar cerca de 30 mil pessoas nos próximos 12 meses. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (27) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante solenidade que marca o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites, celebrado amanhã (28), em Brasília.

Confira a apresentação

Veja aqui o material da campanha

Na cerimônia, foi apresentada a nova campanha publicitária de prevenção às Hepatites Virais 2015 e o novo boletim epidemiológico da doença. Também foi lançado o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções. “Estamos incorporando no SUS o que tem de mais moderno no tratamento para a hepatite C. Com isso, o Brasil assume a vanguarda na oferta desta terapia, como já fizemos com a aids, com a oferta de antirretrovirais, afirmou Arthur Chioro durante a solenidade.

O ministro ressaltou que o Brasil é um dos primeiros países em desenvolvimento ofertar, de forma pública e sustentável, este tipo de tratamento. “Isso se deu graças aos esforços de negociação que possibilitaram descontos de até 90% no mercado internacional”, frisou Chioro.

INDICAÇÃO DO TRATAMENTO – As novas medicações vão beneficiar pacientes que não podiam receber os tratamentos ofertados anteriormente, entre eles os portadores de coinfecção com o HIV, cirrose descompensada, pré e pós-transplante e pacientes com má resposta à terapia com Interferon, ou que não se curaram com tratamento anterior. A meta é ampliar a assistência às hepatites virais, minimizando as restrições impostas pelo tratamento anterior. A nova terapia garante ao paciente mais conforto e qualidade.

Pacientes que venham a solicitar, ou que já estejam em tratamento com Boceprevir e Telaprevir, não serão prejudicados, uma vez que o fornecimento desta medicação será assegurado até o final do tratamento. O documento também padroniza uma rotina de exames e de consultas médicas, permitindo maior conhecimento por parte dos profissionais de saúde, do agravo e da assistência necessária aos pacientes.

O diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, destacou que a grande vantagem do novo protocolo é a ampliação do acesso do ao tratamento de hepatite C crônica. “O protocolo prevê que os novos medicamentos sejam disponibilizados aos pacientes com co-infecção HIV/Hepatite C, aos pós-transplantados de fígados e outros órgãos e outras indicações específicas. Isso irá possibilitar que possamos dobrar o número de pacientes atualmente em tratamento”, ressaltou o diretor.

Para a compra dos medicamentos, apenas neste ano, a previsão é de que sejam investidos até R$ 500 milhões. O Ministério da Saúde conseguiu negociar os preços dos medicamentos com as indústrias farmacêuticas, com descontos de mais de 90% em relação aos preços de mercado. Além do novo tratamento, o Protocolo apresenta também as novas diretrizes para o monitoramento da hepatite C. O Brasil é um dos primeiros países em desenvolvimento a incorporar esse novo tratamento.

CAMPANHA – Focada no incentivo ao diagnóstico e ao tratamento, a campanha traz mensagens  com alertas a população. Uma delas, direcionada à população a partir dos 40 anos, incentiva a testagem: “Se você fez cirurgia antes de 1993, precisa fazer o teste para hepatite C. O teste é o primeiro passo para a cura”.

Nesse público entram pessoas que sofreram acidentes nessa época (antes de 1993) e precisaram de transplantes, transfusão de sangue ou que se expuseram a algum tipo de contato com sangue (por meio de compartilhamento de seringas, objetos cortantes). Os personagens do filme para TV são pessoas reais que passaram por cirurgias, transfusões ou transplantes antes de 1993. A campanha conta ainda com material jingle rádio, cartazes, folhetos, mobiliário urbano e ação de internet.

Outro foco da campanha é a hepatite tipo B, com jovens adultos como público-alvo.  O slogan “Vacina de três doses Hepatites B. Eu me amo, eu me previno, eu tomo a vacina”, acompanha as seguintes peças: filme para internet, estratégia rede social, outdoor nas cidades de Recife, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Ceilândia (DF) e Mauá (SP), além de exibição de filme em TV internas de  universidades.

Hepatite C – O SUS garante o acesso aos medicamentos de combate à doença para todos os pacientes diagnosticados e com indicação de tratamento medicamentoso. Vale ressaltar, que nem todas as pessoas que contraíram o vírus precisam ser medicadas, sendo uma recomendação estabelecida por protocolo e avaliação médica.

Em 13 anos de assistência à doença no SUS, foram notificados e confirmados 120 mil casos, e realizados mais de 100 mil tratamentos. Atualmente são 10 mil casos notificados ao ano. Estima-se que a tipo C seja a responsável por 350 e 700 mil mortes por ano no mundo. No Brasil, são registrados cerca de três mil mortes por associadas à hepatite C. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra 8.040 novos casos de câncer de fígado ao ano. A doença é responsável de 31% a 50% dos transplantes em adultos.

Desde 2011, o país também distribui testes rápidos para a hepatite C. Naquele ano, foram distribuídos 15 mil testes, já em 2014 o número saltou para 1,4 milhão de testes. Este ano, está prevista uma compra de 8,6 milhões de testes a serem distribuídos nos próximos anos.

Sem diagnóstico até 1993, a hepatite C, como a hepatite B, também é uma doença de poucos sintomas. Outras formas de transmissão são o compartilhamento de objetos de uso pessoal e para uso de drogas. A transmissão sexual ainda é um tema muito debatido por pesquisadores de todo o mundo, estando presente nas populações de jovens; homens que fazem sexo com outros homens, trans e travestis.

Hepatite B – Um terço da população mundial – aproximadamente dois bilhões de pessoas – já foi exposta à hepatite B. No Brasil, estima-se que cerca de 14 milhões de pessoas (aproximadamente 7,4% da população) podem ter sido expostos à doença. No entanto, apenas 1% não se curaram espontaneamente, apresentando infecção crônica. Trata-se de uma doença de poucos sintomas, e que pode passar despercebida.

A hepatite B apresenta cerca de 17 mil casos confirmados a cada ano no Brasil. Em 2000, foram notificados 1.169 casos, já no ano de 2013 e 2014 foram notificados 17.814 e 17.940 casos respectivamente, indicando uma estabilidade nos últimos anos. Nesses registros estão contempladas desde infecções recentes até infecções antigas, mas que somente foram diagnosticadas naquele ano.

Os dados mostram ainda uma expressiva queda nos casos de hepatite B em menores de 15 anos de idade dentre todos os casos notificados. Nesta faixa etária, constatou-se uma redução de 46,2% nos casos de hepatite B. Em 2005, eram 594 casos e já em 2014 o número é de 320.

A vacinação contra a hepatite B nas faixas etárias abaixo de 15 anos, que foi implementada pelo Ministério da Saúde desde 1996, tem uma cobertura nacional acima de 97%, sendo uma das razões para os índices menores de infecção nessas faixas etárias.

A partir dos 15 anos de idade há crescimento dos índices da doença em todas as regiões do país. Para reverter essa situação, a campanha lançada nesta segunda-feira (27) é focada neste público de adolescentes e adultos jovens para alertar sobre a importância da vacinação. A vacina está disponível em unidades de saúde para a população até 49 anos de idade ou casos pessoas que apresentarem um fator de risco para exposição à doença.

A hepatite B é uma doença transmitida pelo contato com sangue contaminado, podendo também ser adquirida em relações sexuais sem proteção. Apesar da possibilidade cura espontânea, é uma doença de maior transmissibilidade que o HIV, resultando em crônica em cerca de 20% dos casos. Nos casos mais graves, pode levar à cirrose hepática e câncer de fígado.

HEPATITE A – Desde 2005, a doença vem apresentando redução progressiva de 69,7% no número de casos. Em 2005, eram 21.554 casos e, em 2014, os dados preliminares apontam 6.520 novos casos.

O novo boletim também demonstra que, além a queda no número de casos nos últimos anos, a hepatite A permanece concentrada em faixas etárias mais jovens. As crianças entre 5 e 6 anos de idade são as mais afetadas. Na faixa etária de menores de 5 anos, são 878 casos, na de 5 a 9 anos são 1.796 casos, totalizando 41% do total de casos.

VACINA – Desde o ano passado, a vacina para hepatite A é ofertada para crianças entre 1 a 2 anos de idade incompletos. Esta estratégia tem como objetivo proteger essas crianças antes de atingirem a idade em que a doença é mais comum. A hepatite A é uma doença caracterizada, muitas vezes, por diarreia e icterícia (cor amarela de pele, olhos e mucosas). Entretanto, a doença é frequentemente assintomática e de elevada transmissibilidade. É transmitida por alimentos, água e objetos contaminados e, até mesmo, por contato pessoal, se não houver higiene adequada.

Fonte:  www.saude.gov.br