MS E MEC SELECIONAM INSTITUIÇÕES PARA CONCESSÃO DE BOLSAS

 
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, que historicamente contam com oferta reduzida de especialidades médicas, serão as maiores beneficiadas com a implantação de 60 novos programas de residência médica em especialidades prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Os programas foram contemplados pelo Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas (Pró-Residência), que teve seu resultado divulgado pelos ministérios da Educação e da Saúde na última semana.

Os novos programas serão implantados com o apoio de 14 instituições de excelência na formação médica especializada, denominadas instituições matriciadoras. As especialidades selecionadas pelo edital atendem as áreas de intervenção em saúde mental, urgência e emergência, atenção oncológica, atenção básica, atenção a mulher e a criança e saúde do idoso.

Além disso, também foram contempladas pelo Pró-Residência 56 instituições com a concessão de 468 bolsas de residência em programas desenvolvidos em regiões e especialidades prioritárias para o SUS. Em dois anos, serão investidos cerca de R$ 30 milhões pelos dois ministérios.

As bolsas serão distribuídas em especialidades como: Clinica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Medicina Preventiva e Social; Medicina de Família e Comunidade, Psiquiatria, Geriatria, Cancerologia Clínica e Cirúrgica, Radioterapia, Patologia, Anestesiologia, Medicina Intensiva, Neurologia, Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia; e Neonatologia, Psiquiatria Infantil e da Adolescência, Cirurgia do Trauma e Medicina de urgência.

Pró-Residência – O Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas (Pró-Residência), lançado em outubro de 2009, tem como finalidade favorecer a formação de especialistas na modalidade residência médica em especialidades e regiões prioritárias para o SUS.

Foram publicados dois editais. O Edital 19/2010 é destinado à expansão de Programas de Residência Médica já credenciados ou a abertura de novos programas, nos casos em que a instituição dependa apenas de bolsas para a ampliação ou criação do programa.

O Edital 08/2009 prevê o desenvolvimento de novos programas em regiões e especialidades prioritárias no âmbito das áreas de intervenção em Saúde Mental, Urgência/Emergência, Atenção Oncológica, Atenção Básica, Atenção à Mulher e à Criança e Saúde do Idoso. Por meio desse edital, instituições matriciadoras apóiam o desenvolvimento de novos programas em outras instituições.

O apoio deve contemplar o desenvolvimento de Programa de Qualificação de Preceptores da Unidade; oferta de estágios curriculares em articulação com rede de serviços; disponibilização de preceptores para atividades de supervisão presencial de curto prazo nas unidades parceiras; oferta de atividades à distância com apoio das tecnologias de informação e comunicação viabilizadas pela RUTE/RNP; desenvolvimento de projetos de avaliação das iniciativas desenvolvidas e de seu impacto sobre a qualidade da atenção e da formação. 

Acesse a Portaria Conjunta nº 08 (Seleção do Edital nº 08/2009)
Acesse a Portaria Conjunta nº 09 (Seleção do Edital nº 19/2009)

Fonte: Site Ministério da Saúde

MATO GROSSO DO SUL FAZ PARCERIA COM CANADÁ PARA AVALIAR HOSPITAIS

 Uma parceria entre o governo do estado e a Universidade de Montreal, no Canadá, vai avaliar o desempenho hospitalar em Mato Grosso do Sul. Durante três dias – hoje (2), amanhã (3) e sábado (4) – quatro professores canadenses vão capacitar 35 profissionais do Estado para desenvolver o trabalho. O seminário acontece na Escola de Saúde Pública em Campo Grande.

A capacitação está sendo ministrada pelo professor Andrè-Pierre Contandriopoulos, que coordena os trabalhos da cooperação técnica, e os docentes do Departamento de Administração da Saúde da Universidade de Montreal – sob coordenação de Contandriopoulos- Jorge Thibaut, Geneviève Saint Marie e Hunj Nugrsen. O grupo esteve esta semana na Capital para participar da Conferência Luso-francófona de Saúde (Colufras), encerrada na quarta-feria (1).

 A pesquisa vai avaliar o desempenho de hospitais públicos e filantrópicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na Capital serão avaliados os hospitais Universitário (HU), Regional (HRMS), Santa Casa, São Julião, Hospital do Câncer Alfredo Abrão e Maternidade Cândido Mariano. Em Dourados a pesquisa será realizada no Hospital Evangélico, Hospital da Mulher, Hospital Universitário (HU) e Hospital Vida. A avaliação inclui 19 unidades de saúde localizadas nas 11 microrregiões do Estado que compreende também os municípios de Corumbá, Nova Andradina, Coxim, Naviraí, Três Lagoas, Aquidauana, Paranaíba, Ponta Porã e Jardim.

A Universidade de Montreal vai repassar aos profissionais do estado o conhecimento adquirido em pesquisas realizadas há 45 anos pelo professor Contandriopoulos com a ajuda dos outros pesquisadores. “No Canadá temos problemas semelhantes como dificuldades de alguns profissionais e longos períodos de espera para quem utiliza o serviço de saúde”, cita o coordenador. A melhoria do sistema público, segundo Andrè-Pierre, é um trabalho de longo prazo e “um projeto importante para os próximos anos”.

Professor Andrè-Pierre Contandriopoulos

De acordo com Contandriopoulos é possível medir o desempenho de um hospital a partir de indicadores que determinam como a unidade de saúde está adaptada ao meio em que está inserida, como obtém recursos, como pode atingir resultados eficientes, como pode oferecer serviços de qualidade e de que forma os funcionários realizam o trabalho. “Com o retrato dessas funções podemos avaliar e propor o aperfeiçoamento da capacidade dos profissionais que administram e atuam no hospital”, avalia o professor.

 Durante os três dias de seminário na Capital serão definidos quais os melhores indicadores, de um total de 193 propostos pelos estudos da universidade canadense, para serem aplicados nos hospitais do Estado. A secretária de Saúde Beatriz Dobashi adianta alguns índices que serão avaliados como mortalidade infantil, número de leitos, relação entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, visão dos conselhos de Saúde, mortalidade materna e cardíaca. “Neste encontro vamos fechar o conjunto de indicadores para Mato Grosso do Sul”, explica a secretária.

Os trabalhos da cooperação técnica começam ainda este mês com a elaboração das fichas analíticas para cada indicador escolhido que deve terminar em janeiro de 2011. Nos meses de fevereiro e março do próximo ano será feita a coleta de dados nos 19 hospitais. Em abril e maio o grupo vai selecionar as informações e elaborar um relatório para análise. Na última semana de junho a equipe canadense retorna ao Estado para discutir e coletar os dados obtidos.

Com base no material levantado os professores vão montar um relatório final nos meses de julho, agosto e setembro que será apresentado em Campo Grande em um seminário realizado pela Secretaria de Saúde do Estado com a participação dos municípios e administradores hospitalares. A cooperação técnica foi firmada em novembro deste ano e terá a duração de um ano. Depois de capacitados os profissionais de Mato Grosso do Sul disseminarão os conhecimentos para outros estados brasileiros.

Fonte: site SES/MS

MINISTÉRIO DA SAÚDE APOIA HUMANIZAÇÃO DO PARTO

Profissionais do SUS recebem capacitação para realizar nascimento humanizado. Pesquisas e experiências inovadoras serão divulgadas em encontro que contará com presença do ministro Temporão

Dar à luz de cócoras ou na banheira e, ainda, usando uma escada ou uma bola como apoio. Um parto normal com essas opções – ou seja, humanizado – já é possível para grávidas atendidas em maternidades-modelo do Sistema Único de Saúde (SUS). Experiências como essas, desenvolvidas dentro e fora do país, serão apresentadas durante a abertura oficial da III Conferência Nacional de Humanização do Parto e Nascimento, que contará com a presença do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. O encontro – que vai até a próxima terça-feira (30), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília – é promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com a Rede pela Humanização do Parto e do Nascimento (Rehuna).

“Essa concepção de parto, incentivada pelo governo federal, considera o parto um processo fisiológico da mulher em que ela é sujeito da ação de parir e o médico deve ser um facilitador desse processo. Ou seja, a gestante é protagonista do parto”, explica o diretor de Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, José Luiz Telles. “A ideia de humanizar o parto é dar o máximo de conforto à mulher, criando o melhor e mais adaptado ambiente a ela”, completa.

A partir de 2004 – quando o Ministério da Saúde coordenou o estabelecimento do Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal (até 2015) – o SUS decidiu colocar a humanização do parto como uma das prioridades na área de Saúde da Mulher. Em 2005, o ministério promoveu seminários e oficinas com a participação de mais de 400 maternidades que atualmente são consideradas referência na realização de partos no SUS. Desde então, mais de sete mil profissionais da rede pública de saúde foram capacitados para atuarem nessa concepção de parto.

Os profissionais qualificados tornam-se multiplicadores das práticas inovadoras para o parto normal. As capacitações estão previstas no Programa Nacional de Humanização do Parto, coordenado pelo Ministério da Saúde. Desde 2009, o governo federal já investiu cerca de R$ 1,2 milhão nas ações do Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil em maternidades do Nordeste e da Amazônia Legal (regiões abrangidas pelo Pacto).

MITOS – Durante a III Conferência Nacional de Humanização do Parto e Nascimento, especialistas em saúde também vão discutir a desmistificação de questões relacionadas ao parto normal. Eles apresentarão métodos inovadores no acompanhamento do pré-natal e mostrarão os efeitos da cesárea na saúde da mulher e de recém-nascido, segundo pesquisas mais recentes.

“Mesmo com ações como essa, de incentivo ao parto normal e humanizado, o número de cesáreas feitas no país, na rede privada de saúde, ainda é considerável”, observa Luiz Telles. No SUS, 70% dos partos realizados são normais. O percentual é praticamente o dobro da quantidade desse tipo de parto realizado na rede privada. Em 2009, foram quase dois milhões de procedimentos feitos nas unidades do SUS. Destes, quase 1,3 milhão foi de partos normais e, 700 mil, cesáreas.

O Ministério da Saúde, por meio da capacitação dos profissionais que atuam no SUS, tem trabalhado para minimizar – na rede pública de saúde – técnicas utilizadas no parto normal já consideradas ultrapassadas pela classe médica, como:

• Parto na horizontal: o parto na horizontal traz mais conforto ao médico; mas, nem sempre à mulher. Além de contrariar a gravidade, a pressão sob os vasos sanguíneos das costas da mulher obstrui o fluxo de sangue que facilita as contrações. É recomendável, portanto, o parto normal deve na vertical.

• Episeotomia (corte no períneo): por muitos anos, costumava-se cortar o períneo da mulher; em princípio, para facilitar a retirada do bebê. A prática, porém, além de desnecessária na maioria dos casos, desabilita para sempre a função do períneo, já que ele é um músculo. A técnica só deve ser realizada quando o bebê é grande demais proporcionalmente ao tamanho da mãe.

• Tricotomia (raspagem dos pelos pubianos): a prática deixa os poros abertos e, portanto, mais propensos a infecções. O ideal é apenas cortar os pelos.

• Aplicação de Ocitocina (medicamento com hormônio usado para forçar contração): o aceleramento artificial das contrações pode dificultar a dilatação, que acaba não ocorrendo no mesmo ritmo das contrações.

No Brasil, apenas 15% dos partos, em média, apresentam problemas que exigiriam a realização de cesárea. Nos outros 85% dos casos, a recomendação é realizar parto normal e, quando possível, humanizado – feito em um ambiente acolhedor, com profissionais que auxiliem a mulher a lidar, por exemplo, com a dor.

Desde 2006, o Ministério da Saúde promove a Campanha Nacional de Incentivo ao Parto Normal e Redução da Cesárea Desnecessária. Em 2008, lançou a Política Nacional pelo Parto Natural e Contra as Cesáreas Desnecessárias, em parceria com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).