O trabalho “A informação como forma de prevenir as hepatites virais nos presídios de Aquidauana/MS” foi um dos selecionados para apresentação durante o VII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e AIDS e o 1º Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, realizados entre os dias 16 a 19 deste mês, em Brasília (DF).

Selecionado pelo Ministério da Saúde, o projeto foi apresentado aos congressistas pela assistente social da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Fermina Garcia Escobar Batista, responsável pelo desenvolvimento da iniciativa junto à população carcerária de Aquidauana. “Foi muito importante podermos demonstrar aos especialistas de todo o Brasil esse trabalho que estamos desenvolvendo e que vem colhendo resultados positivos”, afirma.

A iniciativa trabalha a prevenção às DSTs/Aids e hepatites virais, e está sendo desenvolvida há mais de dois anos nas unidades penais de regimes fechado e semiaberto da cidade. Acontece em parceria com a Gerência de Saúde e Saneamento de Aquidauana, através do Centro Regional de Atendimento Especializado em DST/HIV/Aids (Craes), que fornece os materiais informativos, audiovisuais, camisinhas, cobertura vacinal, diagnóstico precoce e tratamento.

“Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que as pessoas privadas de liberdade são mais vulneráveis às hepatites virais que a população em geral, devido às condições inadequadas de confinamento e também por desconhecerem suas condições sorológicas, agravando ainda mais a cadeia de transmissão da doença”, explica a assistente social. “Por isso, são imprescindíveis ações informativas e a melhoria na busca ativa dos casos”.

Antes do projeto, conforme Fermina, a maioria dos presos não sabia sobre sua sorologia para hepatites virais e formas de prevenção. “Percebemos que seria necessário realizarmos um trabalho específico e de informação contínua”, comenta.

Segundo ela, o trabalho vem apresentando excelentes resultados: “Os presos compartilharam as informações com seus comunicantes e familiares, optaram pela realização de sua sorologia, tiveram noções básicas dos principais cuidados de contágio da doença, significativo aumento do uso da camisinha, no diagnóstico precoce e tratamento”.

A assistente social acredita que, no futuro, o projeto poderá ser ampliado aos servidores penitenciários de Aquidauana, por estarem diretamente em contato com os presos quando realizam trabalho de rotina, como revistas físicas e dos pertences pessoais. “É de suma importância que eles também recebam informação contínua sobre as doenças infectocontagiosas e a biossegurança”, enfatiza.

Além da assistente social da Agepen, também participaram dos congressos de saúde em Brasília o coordenador do Craes, enfermeiro Júlio Carlos Kleim da Silveira, e a representante do Conselho de Saúde de Aquidauana, odontóloga Márcia Haddad.