O Ministério da Saúde reuniu os coordenadores da Universidade Aberta do SUS (UnA-SUS) para apresentar dois novos projetos de ações educacionais, além de discutir áreas prioritárias para ações educacionais, projetos de ampliação da UnA-SUS e resultados obtidos nos dois anos do programa. A proposta da Universidade Aberta do SUS é qualificar profissionais de saúde de nível superior a distância, por isso dois novos serviços foram apresentadas às instituições parceiras: o Acervo Nacional de Recursos Educacionais em Saúde/ARES e o Sistema Nacional de Informações da Educação Permanente em Saúde/Plataforma Arouca (leia mais abaixo).

Durante o encontro foram feitas avaliações das ferramentas e apresentadas orientações sobre como utilizá-las, antes do lançamento ao público. A secretária Executiva do Ministério da Saúde, Márcia Bassit, ressaltou a importância da rede de conhecimento que a UnA-SUS produz e destacou a parceria do programa com o Telessaúde Brasil. O Telessaúde utiliza modernas tecnologias de informação e comunicação para apoiar os profissionais das equipes de saúde da família. “O Ministério da Saúde tem a visão de que a capacitação de profissionais está dentro de um componente de gestão que consequentemente gera melhores resultados”, afirmou Bassit. Ela destacou ainda que o fortalecimento da atenção primária deve ser feito pela valorização dos profissionais do SUS, como os médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, dentistas e principalmente gestores com capacidade de adquirir e repassar conhecimento.

A iniciativa de maior impacto resultante da parceria UnA-SUS/Telessaúde é a oferta de 27 mil vagas, disponíveis para esse ano e 2011, para cursos de especialização em saúde da família por meio das universidades integrantes da Rede Universidade Aberta do SUS. Essas vagas são frutos de convênios e termos de cooperação do Ministério da Saúde com universidades públicas ou com secretarias estaduais de saúde com projetos de formação em larga escala em andamento.

Além disso, o Programa Nacional de Desenvolvimento Gerencial, também integrante da UnA-SUS, tem como meta capacitar 100 mil gestores, sendo que 20 mil certificações estão sendo entregues às três esferas de governo até o fim deste ano.

DESAFIOS DO PROGRAMA – O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Francisco Campos, apresentou o balanço dos dois anos da UnA-SUS e os desafios do programa. Ele citou os quatros eixos de compõem a UnA-SUS: produção de conhecimento, tecnologia, tutoria e certificação. Sobre os novos serviços ele afirmou que “a idéia é que as novas ferramentas sirvam como acervo de recursos educacionais para ser utilizado por todos, preservando, assim, esse patrimônio”.

O presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Gadelha, um dos parceiros da UnA-SUS, destacou que o papel da Fiocruz nesse processo é de dar suporte estratégico e logístico aos programas tidos como prioritários pelo Ministério da Saúde. Como resultado desse apoio, a nova unidade da Fiocruz, em Brasília, abrigará a Secretaria Executiva da UnA-SUS. “Nosso propósito é ajudar a alicerçar o que é produzido em rede pelas instituições parceiras”, disse Gadelha.

O secretario de Educação a Distância do Ministério da Educação, Carlos Bielschowsky, ressaltou que o modelo de educação a distância tem bons resultados no MEC e serve como uma ferramenta de inclusão. Participaram também do encontro o gerente da Área de Sistemas da Organização Pan-Americana (OPAS), Félix Rigoli, e o representante da Secretaria Executiva da UnA-SUS, José Francisco Paranaguá.

NOVAS FERRAMENTAS – O ARES é uma é uma iniciativa do Ministério da Saúde para disponibilizar ao público os recursos educacionais produzidos pelo próprio Ministério e por Instituições de Educação Superior parceiras, em especial as integrantes do projeto nacional de especialização em Saúde da Família, do Programa Nacional de Desenvolvimento Gerencial do SUS e do Programa Nacional de Telessaúde.

A expectativa é que o espaço virtual sirva para o intercâmbio de material didático, tecnologias educacionais e metodologias de aprendizagem na área da saúde. Dessa forma, será possível potencializar o alcance e melhorar as ações de qualificação dos trabalhadores do SUS, dando a elas mais transparência e eficiência, além de reduzir custos, uma vez que o ambiente de aprendizagem será virtual.

Com essa iniciativa, o UnA-SUS tem o seu público ampliado, pois qualquer trabalhador do SUS terá acesso ao material didático, como cadernos de estudos, vídeos educativos e material interativo. Inicialmente, espera-se atingir cerca de 1,2 milhões de trabalhadores, considerando apenas os profissionais de nível superior.

PLATAFORMA AROUCA – A Plataforma Arouca é um sistema integrado que concentra as informações sobre o histórico educacional e de trabalho dos profissionais de saúde. A ferramenta é útil para que os gestores do SUS tenham informação de qualidade sobre a situação dos trabalhadores. Com esse histórico profissional e educacional integrado, as ações de gestão do trabalho e educação em saúde serão qualificadas, permitindo um melhor planejamento, acompanhamento e fiscalização.

O nome do projeto é uma homenagem ao sanitarista Sérgio Arouca (morto em 2003) e tem objetivos semelhantes a outras experiências do governo federal, como a Plataforma Freire, que desenvolve o Plano Nacional de Formação de Professores, do Ministério da Educação; e a Plataforma Lattes, que arquiva currículos acadêmicos, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A Plataforma Arouca visa a agregar informações sobre a força de trabalho em saúde, servindo como ferramenta para elaboração de políticas que envolvam os profissionais do setor. Além disso, é um serviço de utilidade pública para esses trabalhadores, pois oferece um histórico certificado da sua experiência profissional em saúde e de atividades de educação permanente, funcionando como Cadastro Nacional dos Profissionais de Saúde que atuam no SUS, ao lado do já existente Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

Para que o público utilize as duas ferramentas, é necessário que as instituições parceiras cadastrem seus cursos e recursos educacionais (cadernos de texto, vídeos, animações, material interativo, cursos pré-montados de Ensino a Distância/EAD). Até o fim do ano, será realizada uma oficina para a efetivação do cadastro.

SOBRE O UnA-SUS – A Universidade Aberta do SUS é uma rede colaborativa de instituições acadêmicas, serviços de saúde e gestão da rede pública, destinada a atender as necessidades de formação e educação permanente dos trabalhadores do setor. A rede serve para que os profissionais de saúde tenham acesso a cursos a distância, como material para auto-instrução, cursos livres e de atualização, cursos de aperfeiçoamento, especialização e até mesmo mestrados profissionais.

Participam da rede 11 universidades públicas, duas secretarias de saúde e núcleos do Telessaúde (veja lista abaixo), que atuam por meio do intercâmbio de experiências, cooperação para desenvolvimento e implementação de ações educacionais mediadas por tecnologias interativas, compartilhamento de recursos educacionais e apoio tutorial ao processo de aprendizagem em saúde.

Além disso, a UnA-SUS minimiza a necessidade do profissional se deslocar-se para fazer os cursos. Ele pode, ainda, obter certificação do seu histórico educacional, evitando que, ao mudar de localização, precise fazer novos treinamentos.

Outra ação recente em parceria com a UnA-SUS é a distribuição do Vademecum Influenza para mais de mil médicos e enfermeiros que atuam como multiplicadores em todos os estados. O material servirá para atualizar os profissionais que atuam no combate à gripe H1N1 durante o inverno.

Parceiros da rede UnA-SUS:
• Escola Nacional de Saúde Pública (ESPN) da Fiocruz
• Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
• Universidade Federal do Ceará (UFC)
• Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
• Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
• Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
• Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
• Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
• Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
• Universidade de Brasília (UnB)
• Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
• Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
• Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais
• Secretaria Estadual de Saúde da Bahia
• Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
• Núcleos do Telessaúde Brasil:
– Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
– Universidade Federal de Goiás (UFG)
– Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
– Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
– Universidade de São Paulo (USP)

Fonte: Site/Ministério da Saúde