Introdução
O dengue é uma doença febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da forma como se apresente: infecção inaparente, dengue clássico (DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ou síndrome do choque da dengue (SCD). Atualmente, é a mais importante arbovirose que afeta o ser humano, constituindo-se em sério problema de saúde pública no mundo. Ocorre e dissemina-se especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor.
Formas clínicas:
a) Dengue clássico (DC): início abrupto de febre alta (39 a 40C) acompanhada de cefaleia, mialgia, prostração, artralgias, anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo. Tem duração de cinco a sete dias e a convalescença pode durar semanas. 98% dos casos são de dengue clássico.
b) Febre hemorrágica do dengue/síndrome choque por dengue: quadro inicial semelhante ao DC, porém a partir do terceiro ou quarto dia o paciente evolui com manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. No caso de SCD, o choque ocorre entre o 30 e 70 dias de doença e, geralmente, é precedido por dor abdominal. Considerado de evolução grave, podendo ocorrer óbito em 12-24 horas depois de instalado ou recuperação rápida após terapia antichoque apropriada. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a FHD/SCD pode ser classificada em quatro graus de gravidade.
Resultado:
No período de janeiro a julho de 2011 e 2012 foram confirmados 9.489 casos de dengue, sendo 5.584 em 2011 e 3.905 em 2012, observando-se 30% casos a menos em relação a 2011. Quanto à classificação final dos casos, 103 são de dengue com complicação, 18 Febre Hemorrágicas do Dengue (FHD) em 2011 e 54 casos com complicação e 14 FHD em 2012 (tabela 1).
Tabela 1 – Casos de dengue segundo forma clínica ocorridos no Estado do Mato Grosso do Sul, janeiro a agosto de 2011 e 2012.
Fonte: SINAN NET ONLINE
Na faixa etária de 15 a 49 anos foi observada incidência de 64% dos casos. Em relação à distribuição por sexo, 56% dos casos ocorreram em pessoas do sexo feminino. Esta tendência foi observada nos dois anos em análise.
A distribuição dos casos por semana epidemiológica nos permite observar que em 2011 os casos são em maior número e são reduzidos a partir da semana 19. Em 2012, apesar da ocorrência de menor número de casos, observa-se aumento significativo nas semanas 15 e 17, sendo reduzidos a partir daí, porém acima do que foi registrado em 2011 (Figura 1).
Figura 1 – Distribuição dos casos de dengue segundo semana epidemiológica, 2011 e 2012, Mato Grosso do Sul.
Fonte: SINAN NET ONLINE
No Estado já foram registrados casos com três sorotipos do Vírus da Dengue no período analisado: DEN1; DEN2 e DEN4.
A avaliação epidemiológica da doença é realizada pela medida denominada “Coeficiente ou Taxa de Incidência”, que mede o risco de adoecimento pelo agravo para cada pessoa que vive no local onde ocorre o problema.
Para a dengue, esta medida é realizada com a seguinte equação:
Número de casos, dividido pela população residente no período analisado e o resultado é multiplicado por 100.000 habitantes.
Deste modo, o Coeficiente ou Taxa de Incidência de dengue no Estado do Mato Grosso do Sul, no período de janeiro a agosto foi de:
2011 – 225,4/100.000 habitantes
2012 – 157,6/ 100.000 habitantes
Interpretação do indicador: o risco que cada pessoa residente ou que esteja no Estado em período de circulação viral teve de contrair dengue no período analisado, foi de 225,4 pessoas para cada 100.000 habitantes e em 2012 e de 157,6 por 100.000 habitantes.
RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕES: EQUIPE DA CEVE e CIEVS/SES/MS.
Fonte: www.saude.ms.gov.br