No Dia Mundial da Saúde, celebrado 7 de abril, este ano promove um momento de reflexão. A situação em que a pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) colocou o mundo todo é uma das mais desafiadoras das últimas décadas. O vírus fez com que os sistemas de saúde de vários países virassem destaques na grande mídia.  

A sobrecarga no atendimento e na ocupação de leitos colocam em cheque, todos os dias, a eficiência de sistemas renomados como o inglês National Health Service (NHS), e o próprio SUS, maior sistema público do mundo. Dos países com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil é o único que conta com serviços gratuitos de forma universal. 

Em meio à pandemia do novo Coronavírus, a estrutura robusta de acolhimento do SUS  é a melhor carta que o Brasil tem em mãos no combate ao vírus. Em 2015, o Conasems produziu um dossiê sobre a importância social, econômica e cultural do SUS e apontou a falta de reconhecimento da amplitude  do Sistema perante a sociedade e a classe política. Na reportagem, o médico membro do Conselho Honorário do Conasems, e ex-presidente da entidade, Paulo Dantas, explica que “caso a população tivesse acesso a informações corretas, conhecimento real dos motivos das dificuldades do SUS, da importância do controle social no Sistema, certamente teria outra avaliação, mais positiva, e teríamos mais participação na luta pelo fortalecimento da saúde pública.”

 

Muito com pouco

O SUS contempla desde a aferição da qualidade da água, até o fornecimento de medicamentos e realização de transplantes. Em uma gestão tripartite, acaba restando ao município executar todas as açõe e serviços de saúde. Segundo o professor da Unicamp que participou ativamente da Reforma Sanitária, Nelson Rodrigues dos Santos, o “município carrega a saúde nas costas” por ser o ente que está mais próximo da população. 

Desde a criação do SUS, quando comparamos as curvas da participação percentual dos entes, a curva do governo federal diminuiu, enquanto a sobrecarga nos cofres públicos municipais aumentou. Em 2019, o ente municipal foi responsável por colocar 31 bilhões de reais a mais do que o mínimo constitucional.

Mesmo com o subfinanciamento histórico, o Sistema Único de Saúde tem números expressivos. O Brasil conta com 45 mil Equipes de Saúde da Família que atuam em 40 mil Unidades Básicas de Saúde, 4700 hospitais públicos ou conveniados e 32 mil leitos de UTI via SUS. No ano passado, foram realizadas 330 milhões de visitas domiciliares e 3,7 bilhões de atendimentos ambulatoriais

 

O SUS dá certo todos os dias 

Se o SUS atingiu todas essas proporções foi graças também à entrega diária dos profissionais de saúde. Colocar em prática os princípios da equidade, integralidade e universalidade esbarra, muitas vezes, na falta de recurso suficiente. Mas, mesmo assim, existem inúmeros projetos Brasil afora que mostram a potência do sistema. 

Há 17 anos, o Conasems criou a Mostra Brasil, aqui tem SUS para divulgar projetos que transformam a vida de milhões de brasileiros. Os webdocs Brasil, aqui tem SUS retratam experiências exitosas das secretarias municipais de saúde de todas as regiões do país. A série de vídeos produzida pelo Conasems já conta com 61 vídeos, divididos em três temporadas. Os docs são sobre projetos vencedores das Mostras Brasil aqui tem SUS, realizadas em 2016, 2017 e 2018.

A produção desses vídeos está sendo feita especialmente para mostrar o SUS que dá certo. O Conasems, como entidade que representa as 5570 secretarias municipais de saúde, retrata por meio desses documentários o trabalho realizado diariamente pelas equipes de saúde que se dedicam para oferecer uma saúde pública de qualidade. O objetivo da divulgação desses trabalhos, além de influenciar os gestores municipais de saúde a replicar as boas práticas, é também promover pautas positivas acerca do SUS.

Fonte: www.conasems.org.br