A Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite se encerra nesta sexta-feira (6). Balanço parcial da manhã desta terça-feira (3) aponta que quase 12,3 milhões de crianças em todo o país já foram vacinadas contra a paralisia infantil. O número representa 86,9% do total de crianças de zero a cinco anos. A meta é vacinar 95% do total de 14,1 milhões de crianças nesta faixa etária, o que corresponde a 13,5 milhões. Todas os menores de até 4 anos, 11 meses e 29 dias devem tomar as duas gotinhas, mesmo que já tenham sido vacinadas.
O desempenho por grupo de idade até o momento foi melhor entre os menores de um ano de idade, atingindo 92,7%, o que representa quase 2,7 milhões de crianças. Os estados com as maiores coberturas vacinais, até o momento, são Santa Catarina (96,2%), Paraná (94,4%), Goiás (93,8%), São Paulo (91,7%), Rio de Janeiro (90,8%) e Rio Grande do Sul (90,6%). Entre as regiões, o melhor desempenho é da Sul (93,4%), seguida pelas regiões Sudeste (90,8%), Centro-Oeste (86,9%), Nordeste (82,2%) e Norte (79,3%).
O Ministério da Saúde repassou 21,2 milhões de doses da vacina para as secretarias estaduais e municipais de saúde. Foram destinados R$ 16,7 milhões para a aquisição das vacinas. Além disso, o Ministério da Saúde investiu R$ 37,2 milhões em repasses do Fundo Nacional de Saúde para os fundos dos estados e dos municípios.
Neste ano, a campanha acontece em etapa única, sendo no primeiro semestre com a vacina oral, as chamadas gotinhas. Em agosto, será realizada, em todo o país, a campanha para atualização dos esquemas vacinais do calendário básico de vacinação da criança. Assim, a partir de agosto deste ano, as crianças que estão começando o esquema vacinal, ou seja, nunca foram imunizadas contra a paralisia infantil, irão tomar a primeira dose aos dois meses e a segunda aos quatro meses, com a vacina poliomielite inativada, de forma injetável. Já a terceira dose (aos seis meses), a dose de reforço (aos 15 meses) e as demais doses de campanha continuam com a vacina oral, ou seja, as duas gotinhas.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, explica que, embora a campanha siga em ritmo considerado satisfatório, a meta de 95% de imunizados ainda não foi atingida. “Estamos na reta final. Neste momento, é fundamental que os pais e responsáveis se conscientizem da importância de proteger as crianças para que possamos manter o Brasil livre da poliomielite”, afirmou, frisando que a vacina é segura.
POLIOMIELITE – A paralisia infantil é uma doença infecto-contagiosa viral aguda que atinge principalmente crianças de até cinco anos. É caracterizada por quadro de paralisia flácida de início súbito, principalmente nos membros inferiores. Sua transmissão ocorre pelo Poliovírus, que entra pela boca. Ele é carregado pelas fezes e gotículas expelidas durante a fala, tosse ou espirro da pessoa contaminada. Falta de higiene e de saneamento na moradia, além da concentração de muitas crianças em um mesmo local favorecem a transmissão.
O período de incubação (tempo que demora entre o contágio e o desenvolvimento da doença) é geralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias. A transmissão também pode ocorrer durante o período de incubação.
ELIMINAÇÃO – O último caso da doença no país foi registrado em 1989, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da doença. Embora não haja circulação do vírus no Brasil, neste ano, 16 países registraram casos de paralisia infantil e, em três deles, a doença é endêmica: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Por isso, para evitar a reintrodução do vírus no Brasil, é fundamental a manutenção da vacinação.
A aplicação das gotinhas tem como objetivo manter o Brasil na condição de país certificado internacionalmente para a erradicação da poliomielite, estabelecendo proteção coletiva com a vacinação de todas as crianças menores de cinco anos no mesmo período. Esta estratégia também permite a disseminação do vírus vacinal no meio ambiente, ajudando a criar a imunidade de grupo. É importante ressaltar que não existe tratamento para a pólio, apenas a prevenção por meio da vacina.
Balanço parcial da Campanha de Vacinação contra a Poliomielite |
|||
UF |
Total |
||
Meta |
Doses |
Cob. |
|
SC |
411.967 |
396.430 |
96,2 |
PR |
729.410 |
688.774 |
94,4 |
GO |
440.856 |
413.338 |
93,8 |
SUL |
1.800.105 |
1.681.826 |
93,4 |
SP |
2.818.614 |
2.584.563 |
91,7 |
RJ |
1.030.026 |
935.661 |
90,8 |
SUDESTE |
5.383.518 |
4.888.444 |
90,8 |
RS |
658.728 |
596.622 |
90,6 |
MG |
1.284.628 |
1.149.616 |
89,5 |
ES |
250.250 |
218.604 |
87,4 |
DF |
202.083 |
175.696 |
86,9 |
C.OESTE |
1.082.741 |
941.359 |
86,9 |
PE |
696.028 |
596.809 |
85,7 |
PB |
295.190 |
252.042 |
85,4 |
AL |
276.467 |
235.733 |
85,3 |
SE |
173.528 |
147.763 |
85,2 |
RO |
129.844 |
110.121 |
84,8 |
RN |
241.152 |
204.527 |
84,8 |
CE |
656.647 |
556.799 |
84,8 |
AP |
70.700 |
58.391 |
82,6 |
NORDESTE |
4.314.453 |
3.544.130 |
82,2 |
PI |
254.147 |
208.367 |
82 |
AM |
376.280 |
306.062 |
81,3 |
MS |
195.136 |
157.596 |
80,8 |
AC |
81.351 |
65.302 |
80,3 |
MT |
244.666 |
194.729 |
79,6 |
NORTE |
1.567.365 |
1.243.241 |
79,3 |
PA |
736.683 |
575.999 |
78,2 |
BA |
1.080.715 |
842.650 |
78 |
MA |
640.579 |
499.440 |
78 |
TO |
124.688 |
94.967 |
76,2 |
RR |
47.819 |
32.399 |
67,8 |
BRASIL |
14.148.182 |
12.299.000 |
86,9 |
Fonte: www.saude.gov.br