O Ministério da Saúde vai ampliar a assistência às vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), que passarão a ter assistência integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foi publicada, nesta sexta-feira (13), a portaria 664/2012, que estabelece novo protocolo de assistência ao paciente com AVC isquêmico e hemorrágico. Entre as novidades, está a incorporação do trombolítico alteplase e o fornecimento de serviços habilitados para assistência às vítimas de AVC.
A Portaria n° 665/2012 prevê a criação dos Centros de Atendimento de Urgência, classificados em três tipos, dependendo do porte e capacidade de atendimento. Estes centros desempenharão um papel de referência no tratamento aos pacientes com AVC. A criação dos centros será articulada entre governo federal, estados e municípios.
“O nosso esforço é ampliar a rede de atenção básica, de prevenção e de tratamento com o objetivo de reduzir casos e óbitos. A linha de cuidado do AVC é uma das nossas prioridades e a incorporação tecnológica de qualquer procedimento ou medicamentos tem padrões para ser realizada”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A meta do Ministério da Saúde é fortalecer a política de atenção a vítimas de AVC. O propósito é assegurar a todos os brasileiros que tenham um hospital de referência para o seu atendimento. “É este conjunto de ações, estruturação e incorporação de medicamento, que irá ampliar a assistência e melhorar o atendimento no SUS”, ressalta o ministro Padilha.
VANTAGENS DO TROMBOLÍTICO – O uso do alteplase, somente em casos de AVC isquêmico agudo, consiste na aplicação de uma medicação por via endovenosa, que percorre a circulação até chegar ao vaso sanguíneo cerebral que está obstruído por um coágulo. Esta medicação desfaz o coágulo, desentupindo a circulação e normalizando o fluxo sanguíneo que chega ao cérebro.
O medicamento será fornecido pelos hospitais habilitados e ajudará a reduzir os riscos de sequelas e de mortalidade. O alteplase diminui em 31% o risco de sequelas do AVC, isso significa a recuperação do quadro neurológico de mais pacientes comparando com aqueles que não recebem o tratamento com alteplase.
O atendimento em Unidade de AVC com o uso do alteplase poderá reduzir em até 18% a mortalidade e 29% a chance do paciente ficar dependente de outra pessoa para as atividades diárias.
INVESTIMENTOS – Até 2014, serão investidos R$ 437 milhões para ampliar a assistência a vítimas de AVC. Do total de recursos, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares. Serão criados 1.225 novos leitos nos 151 municípios onde se localizam os 231 pronto-socorros, responsáveis pelo atendimento de urgência e emergência especializado em AVC. A abertura dos novos leitos será definida entre o governo federal, juntamente com estados e municípios. Outra parcela, R$ 96 milhões, será aplicada na oferta do tratamento com o uso de alteplase.
REDE – O AVC é uma das mais importantes causas de mortes no mundo. Popularmente conhecido como derrame, a doença atinge 16 milhões de pessoas no mundo a cada ano. Destes, seis milhões morrem. Para enfrentar a epidemia silenciosa que ocorre no mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento da doença, com o objetivo de colocar o tema em destaque na agenda global de saúde.
No Brasil, em 2011, foram realizadas 172.298 internações por em AVC (isquêmico e hemorrágico). Em 2010, foram registrados 99.159 óbitos por AVC. De acordo com o documento, a Linha do Cuidado do AVC deve incluir, necessariamente, a rede básica de saúde, SAMU, unidades hospitalares de emergência e leitos de retaguarda, reabilitação ambulatorial, ambulatório especializado, programas de atenção domiciliar, entre outros aspectos.
Fonte: www.saude.gov.br