Para ampliar o acesso ao tratamento de câncer no país, o Ministério da Saúde redefiniu os serviços para distribuição de 140 aceleradores lineares pertencentes ao Plano de Expansão da Radioterapia. A medida garantirá a cobertura no Sistema Único de Saúde (SUS) de mais de 70 milhões de brasileiros. A meta é que até 2019 todos os aparelhos estejam em funcionamento, atendendo 100% do público-alvo. Do total de aparelhos, 36 estão sendo incluídos ao plano, beneficiando diretamente, mais de 18 milhões de pacientes. Para garantir a inclusão desses novos hospitais, a pasta irá destinar R$ 163,7 milhões na ampliação e construção de serviço em 14 estados e no Distrito Federal, que apresentam um déficit assistencial.

Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, essa medida vai ampliar o acesso da população a procedimentos oncológicos no SUS, além de trazer para o país o desenvolvimento industrial. “Esses novos equipamentos somados ao que já temos são suficientes para garantir cobertura a todos os pacientes que dependem exclusivamente do SUS. Hoje, atendemos 74% da população dentro do prazo da lei dos 60 dias, para que possamos atingir a totalidade precisamos estruturar os serviços. Já temos um planejamento e recursos disponíveis para garantir a instalação e construção da casamata, espaço destinado para o aparelho”, destacou o ministro Ricardo Barros.

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A inclusão dessas novas unidades só foi possível após revisão do Plano de Expansão da Radioterapia que permitiu a exclusão de instituições com inviabilidade técnica, que não atendiam aos critérios ou que pediram para sair do projeto. A iniciativa tem como objetivo ampliar o acesso da população a procedimentos oncológicos no SUS, além de trazer para o país o desenvolvimento industrial e o fortalecimento do parque tecnológico, com a construção de uma fábrica no país.

Dos 36 novos hospitais, 16 irão receber acelerador linear e a casamata concluída – espaço destinado para a instalação do equipamento para tratamento de radioterapia. Outras 8 unidades receberão o aparelho, já que possuem o local específico construído. Mais 12 hospitais terão o seu acelerador linear trocado, por estarem obsoleto.

Desde que assumiu a gestão do Ministério da Saúde, o ministro Ricardo Barros, já entregou 13 aceleradores lineares. Do total, cinco deles pelo Plano de Expansão da Radioterapia, nas cidades de Campina Grande (PB), Maceió (AL), Feira de Santana (BA), Brasília (DF) e Curitiba (PR). Outros 8 foram entregues por meio de convênios em Salvador (BA), Ipatinga (MG), Campos dos Goytacazes (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Ijuí (RS), Passos (MG), Cascavel (PR) e Jaú (SP).

Ainda neste ano, estão programadas a entrega de 25 equipamentos de radioterapia. Ao todo serão entregues pelo Ministério da Saúde 140 aceleradores lineares em todo país. Cerca de R$ 500 milhões foram investidos para a aquisição de 100 aceleradores lineares, além da realização de projetos e obras. Os outros 40 aceleradores serão adquiridos com recursos de convênios.

Os projetos que já estão em execução estão dentro das atividades previstas do Plano de Expansão da Radioterapia, visto que os aceleradores lineares são equipamentos de altíssima complexidade tecnológica e não podem ser instalados sem os devidos cuidados com a proteção radiológica. As instalações exigem espaço físico com características peculiares e distintas das construções tradicionais de estabelecimentos e unidades de saúde, uma vez que envolve, por exemplo, sistemas de climatização específicos, refrigeração da água, sistema elétrico diferenciado e maior espessura das paredes.

Atualmente, o Brasil possui 243 aparelhos para tratamento de radioterapia na rede pública em funcionamento. Até 2019, considerando a inclusão de novos aparelhos, substituições e habilitações, o país passará a ter 331 aceleradores lineares disponíveis para atendimento à população

INCIDÊNCIA DE CÂNCER – Ainda nesta sexta-feira, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou novos dados de incidência da doença para o biênio 2018-2019. O levantamento apontou que serão cerca de 600 mil novos casos, em cada ano, aproximadamente 282.450 em mulheres e 300.140 em homens. As estimativas do biênio 2018-2019 não podem ser comparadas às dos biênios anteriores, porque as bases de cálculo são permanentemente aperfeiçoadas. 

 

O tipo de câncer mais incidente em ambos os sexos será o de pele não melanoma, que é um tipo de tumor menos letal, com 165.580 casos novos. Depois de pele não melanoma, os dez tipos de câncer mais incidentes no Brasil serão próstata (68.220 casos novos por ano), mama feminina (59.700), cólon e reto (mais comumente denominado câncer de intestino) (36.360), pulmão (31.270), estômago (21.290), colo do útero (16.370), cavidade oral (14.700), sistema nervoso central (11.320), leucemias (10.800) e esôfago (10.790).

Entre as mulheres, as maiores incidências serão de cânceres de mama (59.700), intestino (18.980), colo do útero (16.370), pulmão (12.530), glândula tireoide (8.040), estômago (7.740), corpo do útero (6.600), ovário (6.150), sistema nervoso central (5.510) e leucemias (4.860). Já entre os homens, os cânceres mais incidentes serão os de próstata (68.220), pulmão (18.740), intestino (17.380), estômago (13.540), cavidade oral (11.200), esôfago (8.240), bexiga (6.690), laringe (6.390), leucemias (5.940) e sistema nervoso central (5.810).

CAMPANHA – O sambista Neguinho da Beija-Flor será o personagem principal da Campanha do Dia Mundial do Câncer 2018, realizada pelo Ministério da Saúde. Neste ano, a divulgação abordará o estigma social de quem é ou foi portador da doença, acrescentando o problema da desinformação generalizada. A proposta é mostrar que a informação é uma importante aliada no diagnóstico e tratamento da doença. No depoimento, o mais famoso intérprete do Carnaval carioca conta sua história de superação e cura contra o câncer, além de falar do apoio que amigos e familiares deram em todo o processo. O vídeo está disponível nas redes sociais do Ministério da Saúde.

ASSISTÊNCIA – Nos últimos anos, observou-se uma crescente oferta da radioterapia no país. Em 2010, foram realizados 8,3 milhões procedimentos de radioterapia. Em 2016, foram 10,45 milhões, um aumento de 25,9%. Vale ressaltar que essa ampliação também é resultado do investimento realizado pelo Ministério da Saúde na compra de aceleradores lineares, por meio de convênios. Consequentemente, a pasta ampliou, em seis anos, 46% os recursos para tratamentos oncológicos (cirurgias, radioterapias e quimioterapias), passando de R$ 2,27 bilhões, em 2010, para R$ 3,33 bilhões, em 2016.

Fonte: www.saude.gov.br