O Ministério da Saúde vem enfrentado alguns problemas para manutenção da distribuição referente às solicitações mensais de vacinas. Diante desta impossibilidade houve redução dos quantitativos distribuídos acarretando em desabastecimento.Estes são problemas de ordem técnica, inerentes à produção de imunobiológicos. A produção de vacinas exige grande conhecimento técnico e científico.

A  produção pode ser dividida em duas fases, biológica e farmacêutica.Na primeira acontece a identificação e cultura dos microorganismos, que após crescimento microbiológico serão purificados e atenuados. A fase farmacêutica é um processo onde serão acrescentados adjuvantes e conservantes com intuito de garantir eficácia ao produto e robustez, requer estudos complexos de compatibilidade referente aos componentes para garantir estabilidade. Algumas vacinas podem levar nestes processos 22 meses para serem produzidas.  

O controle de qualidade é outro fator complicador, mais de 50% do tempo de fabricação e absorvido por este processo, devido ao grande número de componentes envolvidos e às inúmeras interações possíveis. Existem vacinas que necessitam de mais de 50 testes de controle de qualidade para serem liberadas para uso.

Além dos desafios de produção citados a adequação dos Laboratórios Oficiais às Boas Práticas de Fabricação (BPF) determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) agravou o problema. O BPF consiste em um conjunto de medidas que devem ser adotadas pela indústria no intuito de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos com os regulamentos técnicos da Anvisa.

Diante deste cenário seguem as previsões de normalização do abastecimento e as sugestões para este momento de contingenciamento.

– BCG: Um lote será distribuído esta semana e existem mais dois lotes com as previsões de liberação para 31/3 e 10/4. Mesmo sendo liberado pelo controle de qualidade a normalização da distribuição levará um tempo. Sugestão: Agendamento da vacinação priorizando as maternidades.

– Dupla adulto: Previsão de regularização até o final de abril.

– HIB (Haemophilus influenza tipo B): Houve uma aquisição emergencial no mercado internacional. Aguardando laudo do controle de qualidade para distribuição.

– Febre Amarela: Problema continua na produção, a distribuição está contingenciada e passa por análise técnico-epidemiológica para ser liberada.

– Vero (Vacina contra raiva em cultura celular). A distribuição está prevista para este mês.

Fonte: www.conasems.org.br