O Ministério da Saúde está investindo R$ 12,6 milhões na implementação de um teste rápido para o diagnóstico da tuberculose pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme foi divulgado em evento para celebrar o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose (24/03), realizado na manhã desta segunda-feira, 25/03. A tecnologia, além de ser mais ágil, garantindo o resultado do exame em, no máximo, duas horas; também apresenta uma sensibilidade maior do que a antiga metodologia e já identifica se o paciente tem resistência ao antibiótico rifampicina, que é usado no tratamento da doença.
“A capacidade de diagnosticar rapidamente faz uma diferença, que pode mudar, em poucos anos, a realidade ao redor. Primeiro, porque em 90 minutos, você já tem um resultado para entregar a pessoa. Segundo, que ele é muito mais sensível e específico do que o teste que temos atualmente. Tanto do ponto de vista individual quanto do coletivo, um teste que aumenta a sensibilidade e a especificidade tem um valor tremendo, porque faz com que mais pessoas sejam corretamente diagnosticadas e tratadas. A gente sabe que tuberculose, quando começa a ser tratada, praticamente tem a transmissão interrompida” explica Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde (SVS/MS). No exame tradicional, são necessários de 30 a 60 dias para realizar o cultivo da micobactéria e outros 30 dias para obter o diagnóstico de resistência à rifampicina.
A nova tecnologia já está sendo utilizada no Rio de Janeiro e em Manaus desde o ano passado. A previsão é de que ela seja disponibilizada em todos os municípios com mais de 200 casos novos notificados em 2012. “Esse teste vai ser implantado nos 60 municípios com maior carga de tuberculose até 2014. A prioridade vai ser exatamente aqueles municípios, por exemplo, que sediam presídios, que tem bairros com alta prevalência da doença”, comenta Barbosa. Marília Cunha, subsecretária em Saúde do Distrito Federal, que estava presente no evento, afirmou que, em duas semanas, os testes rápidos já estarão sendo usados no DF, apesar das baixas taxas de incidência da doença na capital.
O assessor técnico Marcos Franco, representante do CONASEMS, ressaltou a importância que o trabalhador municipal tem no enfrentamento dessa doença. “É muito importante que o gestor municipal compreenda a necessidade da não fragmentação dos programas locais. Hoje, não se concebe mais ter paciente de Aids que não seja testado para tuberculose, ou o contrário. Não são programas autônomos, a base das ações deve ser unificada. Outra coisa extremamente importante para o gestor municipal é compreender a necessidade de garantir o acesso do paciente com tuberculose, pois ele já um paciente que, frequentemente, possui um pouco mais de dificuldade social, que frequentemente é drogadicto, morador de rua. O gestor deve estar alerta para a necessidade de criar um vínculo com esse paciente, garantindo a continuidade do tratamento”, destaca.
O Ministério de Saúde, além de disponibilizar o teste rápido, vai realizar uma campanha de conscientização, enviando aos estados 1,5 milhão de folhetos explicativos sobre a doença direcionados à população. Os profissionais da saúde receberão 156 mil cartazes e 251 cartilhas. Os textos reforçam que o tratamento da tuberculose é um direto de todos, garantido pelo SUS.
Fonte: www.conasems.org.br